Sínodo: «Esta é uma experiência que não acaba hoje», destaca secretário-geral

Responsáveis sublinham aprovação de todos os pontos de relatório de síntese, por mais de dois terços

Foto: Ricardo Perna

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 28 out 2023 (Ecclesia) – O cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, disse hoje aos jornalistas que a primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária, concluída hoje, conquistou “espaços”.

“Esta é uma experiência que não acaba hoje, mas que vai continuar”, referiu o responsável, em conferência de imprensa.

“Há pontos em aberto, a reflexão está em curso. O Sínodo não acabou hoje, esta é a primeira sessão”, insistiu, em resposta aos jornalistas, mais tarde.

Os trabalhos da primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’, iniciados a 4 de outubro, encerraram-se esta tarde com a aprovação do documento de síntese; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.

“É uma Igreja em saída, que está a criar espaços para todos, sem excluir ninguém”, assinalou o cardeal Grech.

Segundo o colaborador do Papa, o objetivo é “viver o Evangelho”, segundo a “atitude de Jesus”.

“Ninguém pode sentir-se excluído, que não é acolhido na sua casa”, acrescentou.

O secretário-geral assinalou a “alegria tremenda” que se vivia no final dos trabalhos, desejando que os bispos, no regresso às suas dioceses, partilhem o seu “entusiasmo”.

O trabalho vai regressar às comunidades locais, num esforço de “circularidade”.

“Temos de respeitar o passo de todos, não nos podemos apressar nem andar para trás”, precisou.

Cardeal Jean-Claude Hollerich, relator-geral da XVI Assembleia Geral do Sínodo, sublinhou o facto de todos os pontos do relatório, com cerca de 40 páginas, terem sido aprovados por uma maioria de dois terços.

“As resistências não são tão grandes como as pessoas pensavam antes, estou satisfeito com os resultados”, declarou.

O arcebispo do Luxemburgo indicou que o documento de síntese se apresenta como “uma fundação comum”, concentrada nos “pontos em comum”.

“Tenho a certeza de que a Igreja vai encontrar respostas, mas talvez não as respostas que este ou aquele grupo quer ter”, apontou.

O padre Giacomo Gosta, secretário especial da XVI Assembleia Geral do Sínodo, admitiu que “nem todas as questões vão ser resolvidas no próximo ano”.

“Este Sínodo dá-nos uma nova forma de as enfrentar”, realçou.

O cardeal Mario Grech explicou, num texto distribuído aos jornalistas, que o relatório de síntese “retrata o estado do discernimento eclesial em andamento”.

O responsável precisa que a assembleia “votou, mas em busca do consenso mais amplo e mais convicto”.

Cada tema do relatório está estruturado em torno de três núcleos: “consentimentos”, “questões a ser abordadas” e “propostas” para o período entre sessões, tendo em vista a assembleia de 2024.

A assembleia sinodal, presidida pelo Papa, teve 365 votantes, entre eles 54 mulheres, a quem se somam, sem direito a voto, 12 representantes de outras Igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), oito convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

A Conferência Episcopal Portuguesa está representada pelo seu presidente e vice-presidente, respetivamente D. José Ornelas e D. Virgílio Antunes.

OC

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