Sínodo 2024: Vigília Penitencial evoca vítimas das guerras e de abusos na Igreja

Celebração presidida pelo Papa é uma das novidades da segunda sessão da Assembleia Sinodal

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Cidade do Vaticano, 01 out 2024 (Ecclesia) – O Papa vai presidir hoje a uma Vigília Penitencial, na Basílica de São Pedro, a partir das 18h00 (menos uma em Lisboa) evocando as vítimas das guerras e de abusos na Igreja.

A cerimónia, com a presença dos participantes da segunda sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo, pretende “dispor os trabalhos sinodais para o início de um novo modo de ser Igreja”.

A celebração inclui um momento para a escuta de “três pessoas que sofreram o pecado: o pecado dos abusos; o pecado da guerra; o pecado da indiferença perante o drama presente no fenómeno crescente de todas as migrações”.

“Não se trata de denunciar o pecado dos outros, mas reconhecer-se como parte daqueles que, por omissão ou ação, se tornam causa de sofrimento, responsáveis pelo mal sofrido pelos inocentes e indefesos”, indica a Secretaria-Geral do Sínodo.

 

Quem exprime o pedido de perdão fá-lo-á em nome de todos os batizados. Em particular, confessará o seguinte: pecado contra a paz; pecado contra a criação, contra os povos indígenas, contra os migrantes; pecado dos abusos; pecado contra as mulheres, família, juventude; pecado de doutrina usado como pedra de arremesso; pecado contra a pobreza; pecado contra a sinodalidade/falta de escuta, comunhão e participação de todos.

No final desta confissão de pecados, o Papa vai dirigir um “pedido de perdão a Deus e às irmãs e irmãos de toda a humanidade”.

A celebração penitencial é organizada conjuntamente pela Secretaria-Geral do Sínodo e pela Diocese de Roma, em colaboração com a União dos Superiores Gerais (USG) e a União Internacional de Superioras Gerais (UISG).

“A liturgia dirige o olhar interior da Igreja para os rostos das novas gerações. De facto, serão os jovens presentes na Basílica que receberão o sinal de que o futuro da Igreja é deles e que o pedido de perdão é o primeiro passo para uma fé e uma credibilidade missionária que devem ser restabelecidas”, indicam os responsáveis.

A segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos começa com uma Missa presidida pelo Papa, às 09h30 (menos uma em Lisboa) de quarta-feira; de tarde, a sessão de abertura, também sob a presidência de Francisco, vai ser transmitida em direto pelos meios de comunicação do Vaticano.

Nesta ocasião são apresentados os relatórios dos dez grupos criados pelo Papa Francisco, após os trabalhos da primeira sessão – desenvolvendo questões ligadas à pobreza, missão no ambiente digital, ministérios (incluindo a participação das mulheres na Igreja e a pesquisa sobre o acesso das mulheres ao diaconato), relações com as Igrejas Orientais, Vida Consagrada e movimentos eclesiais, formação dos sacerdotes, ministério dos bispos, papel dos núncios, ecumenismo e questões doutrinais, pastorais e éticas “controversas”.

Esta assembleia sinodal, que decorre até 27 de outubro, com o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão”, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021, numa iniciativa global lançada pelo Papa.

A 11 de outubro, no 62ª aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, será organizada uma vigília ecuménica, pela Comunidade de Taizé.

Outra novidade acontece nos dias 9 e 16 de outubro, com a realização de fóruns teológico-pastorais sobre temas como o papel da autoridade do bispo numa Igreja sinodal e a relação entre Igreja-local e Igreja-universal.

A 21 de outubro os participantes param os trabalhos para novo momento de retiro espiritual, tendo em vista a elaboração do documento final do Sínodo 2021-2024.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

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