Sínodo 2024: Assembleia rezou pela paz no Líbano, lembrando povos em guerra

Primeiros encontros de trabalho dos grupos linguísticos vão definir prioridades da sessão

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 03 out 2024 (Ecclesia) – Os participantes na segunda sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos iniciaram hoje os trabalhos dos grupos linguísticos com uma oração pela paz no Líbano, lembrando os povos em guerra.

“Rezamos especialmente pelos membros da nossa Assembleia que provêm dessas regiões e imploramos, juntos, que tudo seja feito para acabar com a violência e abrir caminhos de paz”, referiu a oração inicial do encontro.

Os cerca de 400 presentes recordaram as palavras do Papa no ângelus do último domingo, durante a viagem à Bélgica, em que Francisco alertou para o “alargamento e a intensificação do conflito no Líbano”.

Na Missa de abertura desta sessão sinodal, na manhã de quarta-feira, o Papa convocou um dia de oração e jejum pela paz, alertando para o cenário “dramático” que se vive no mundo, com o agravamento de vários conflitos.

“A 7 de outubro, peço a todos que vivam um dia de oração e de jejum pela paz do mundo”, disse, na homilia da celebração, que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

Francisco falou numa “hora dramática” da história, em que “os ventos da guerra e os fogos da violência continuam a devastar povos e nações inteiras”.

Após a Missa e a primeira sessão geral de trabalhos, a Assembleia Sinodal prossegue hoje com trabalhos em grupos linguísticos (círculos menores), com uma introdução do relator-geral, o cardeal Jean-Claude Hollerich, para definir os assuntos prioritários a debater, nas próximas semanas.

A assembleia sinodal, que decorre até 27 de outubro, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo decorreu em outubro de 2023.

Esta sessão tem 368 membros com direito a voto, dos quais 272 são bispos; à imagem do que aconteceu 2023, mais de 50 votantes são mulheres, entre religiosas e leigas de vários países.

Os participantes incluem um elenco de 68 “testemunhas do processo sinodal”, nos cinco continentes, entre eles 39 mulheres – 25 leigas e 14 religiosas.

O Papa nomeou nove presidentes-delegados da Assembleia, incluindo a consagrada japonesa Momoko Nishimura, membro do Grupo de Trabalho Sinodal da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC), e a religiosa mexicana Maria de los Dolores Palencia.

Francisco designou também um grupo de 57 membros de nomeação pontifícia, entre os quais cinco religiosas e uma leiga.

Em 2021, o Papa tinha nomeado a religiosa francesa Nathalie Becquart como subsecretária do Sínodo dos Bispos, que se tornou a primeira mulher com direito de voto na assembleia sinodal.

O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

Os participantes nesta Assembleia Sinodal incluem os chefes dos Dicastérios da Cúria Romana, patriarcas e representantes das Igrejas Orientais Católicas, representantes de Conferências e organismos episcopais, os membros do Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos e os seus dois subsecretários, bem como dez representantes da União dos Superiores Gerais dos Institutos de Vida Consagrada, dos quais cinco são religiosas, também com direito a voto.

A eles somam-se, sem direito a voto, 16 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

Os trabalhos alteram entre sessões plenárias (congregações gerais) e trabalhos em grupo linguísticos (círculos menores), decorrendo no Auditório Paulo VI, do Vaticano.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) está representada pelo seu presidente, D. José Ornelas, e por D. Virgílio Antunes, vice-presidente do organismo.

O cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal, está presente na segunda sessão da Assembleia Sinodal por nomeação do Papa Francisco; já o cardeal Tolentino Mendonça participa na sua condição de prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação (Santa Sé).

Além dos quatro responsáveis portugueses, participam também nesta segunda sessão, o padre Miguel de Salis Amaral, docente da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, integrando o grupo de peritos (teólogos, facilitadores, comunicadores); o padre Paulo Terroso, da Arquidiocese de Braga, e Leopoldina Simões, assessora de imprensa, no grupo dos “assistentes e colaboradores”.

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