Sínodo 2024: «A Igreja na China é a mesma Igreja» – D. Joseph Yang Yongqiang

Dois bispos chineses marcam presença na segunda sessão da Assembleia Sinodal, sublinhando importância do acordo provisório entre o Vaticano e Pequim

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 17 out 2024 (Ecclesia) – Os bispos chineses D. Joseph Yang Yongqiang e D. Vincent Zhan Silu marcam presença na XVI Assembleia Geral do Sínodo, algo possível desde o acordo provisório entre a Santa Sé e o governo de Pequim.

“A Igreja na China é a mesma que a Igreja Católica noutros países do mundo: pertencemos à mesma fé, compartilhamos o mesmo batismo e somos todos fiéis à Igreja una, santa, católica e apostólica”, disse D. Joseph Yang Yongqiang, citado hoje pelo portal ‘Vatican News’.

O bispo de Hangzhou, capital da província chinesa de Zhejiang, salientou que os católicos no país seguem “o espírito evangélico de ‘fazendo tudo para todos’, adaptam-se ativamente à sociedade, servem-nas, aderem “à direção da sinicização do catolicismo” e pregam a Boa Nova.

“Ser uma Igreja sinodal empenhada na missão de evangelização ‘significa respeitar e ouvir as vozes de diferentes histórias, culturas e tradições no caminho da busca da meta final da humanidade, que é Deus’”, acrescentou D. Vincenzo Zhan Silu, bispo de Funing/Mindong.

Para o bispo da diocese na província de Fujian, no sudeste do país, a Igreja chinesa deve abordar algumas questões com um novo olhar, “como lidar com os desafios que os casamentos mistos apresentam para a educação da família; como adaptar-se às leis e regulamentações locais; ou como resolver a confusão que existe nos leigos entre as crenças populares e alguns aspetos da cultura tradicional”.

Neste sentido, o bispo de Funing/Mindong recordou o padre Matteo Ricci (séc. XVI-XVII), sacerdote jesuíta italiano, e a sua experiência de “modular o Evangelho cristão em diferentes práticas da vida humana”.

“O discernimento entre as diferenças culturais e a necessidade de preservar a autenticidade da fé cristã foi uma fonte de confusão para os missionários na China; de uma perspetiva histórica, um dos motivos desse retrocesso foi o fato de a Igreja ter ignorado as diferenças e a complementaridade das culturas humanas”, desenvolveu D. Vincenzo Zhan Silu.

Segundo D. Joseph Yang Yongqiang, a Igreja Católica na China iniciou um “intercâmbio ativo de visitas com comunidades católicas de todo o mundo” com base nos princípios de igualdade, amizade e respeito mútuo, realizam “intercâmbios sobre questões como evangelização e trabalho pastoral na Igreja”, serviços sociais e estudo da Teologia.

Os dois responsáveis dão as “boas-vindas às comunidades católicas e aos grupos religiosos de todos os países que desejam visitar a Igreja na China”.

Esta é a terceira vez que bispos católicos da República Popular da China participam numa assembleia do Sínodo dos Bispos no Vaticano – Sínodo dos Jovens (2018) e a primeira sessão do sínodo sobre Sinodalidade (2023).

O portal online ‘Vatican News’ contextualiza que antes da assinatura do Acordo Provisório assinado entre a Santa Sé e a República Popular da China, a 22 de setembro de 2018 – que tem sido renovado a cada dois anos, desde então -, “nenhum pastor da China continental” tinha participado no Concílio Vaticano II (1962-1965) e nas sucessivas assembleias do Sínodo dos Bispos.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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