Sínodo 2023: Percurso de dois anos vai «educar a Igreja para a sinodalidade», diz superior geral dos Paulistas

Padre Valdir de Castro sublinha papel da Vida Consagrada neste processo

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Roma, 16 out 2021 (Ecclesia) – O padre Valdir José de Castro, superior-geral dos Paulistas, disse à Agência ECCLESIA que o processo de consulta lançado pelo Papa até outubro de 2023 vai ser tempo de aprendizagem para todos os católicos.

“Este período de dois anos de Sínodo é um tempo de formação, educar a Igreja para a sinodalidade, sob a iluminação do Espírito. Esse processo está a começar. Não é um sínodo como evento, como era feito antigamente, é um processo diferente”, refere.

O sacerdote brasileiro foi um dos convidados especiais na sessão de abertura do Sínodo dos Bispos no Vaticano, a 9 e 10 de outubro, como representante dos Institutos Religiosos.

“Se a Igreja se educar na sinodalidade, vai ser muito mais fácil discutir outros temas, é preparar o chão para começar a discutir outros problemas, para haver dentro da Igreja essa capacidade de diálogo e mudança”, aponta o entrevistado.

O padre Valdir de Castro realça que a vida religiosa tem a sua experiência de sinodalidade.

“A própria vida comunitária é sinodal, assim como os capítulos. Mas também nas dioceses há experiências de reunião de comissões, conselhos das várias pastorais”, acrescenta.

O superior-geral dos Paulistas deseja que esses momentos de sinodalidade devem ser vividos para lá dos “eventos”.

Muitos problemas surgem porque não fazemos caminho juntos, ou transformamos um encontro num documento, e o Papa Francisco está a insistir muito que, sim, os documentos podem ajudar, mas às vezes temos o documento e depois acaba.

O desafio é perceber como é que vivemos uma Igreja comprometida com a sinodalidade, que nunca acaba”.

O religioso realça que o processo sinodal é um “processo de comunicação”.

“Se o Sínodo continuar com esse processo, ele vai ajudar-nos a ser uma Igreja em saída, uma congregação em saída, que não é autorreferencial, que não olha só para dentro”, indica.

Para o sacerdote brasileiro, a vida religiosa é “chamada a conhecer as realidades locais e viver o seu carisma de forma integrada”.

OC

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Agência ECCLESIA

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