Sínodo 2021-2024: Sete encontros continentais querem reforçar «dimensão sinodal» da Igreja – Cardeal Mario Grech

Etapa europeia vai decorrer em Praga, no mês de fevereiro

Albufeira, 21 jan 2023 (Ecclesia) – O cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, explicou à Agência ECCLESIA que os sete encontros continentais das próximas semanas, com responsáveis das conferências episcopais, querem reforçar a “dimensão sinodal” da Igreja.

“Desejamos que as conferências episcopais, após uma leitura do documento preparatório, após terem refletido, após terem escutado as vozes das Igrejas particulares de todo o mundo, continuem a aprofundar e a destacar ainda mais esta dimensão sinodal da Igreja”, referiu o colaborador do Papa.

A Assembleia Continental europeia do Sínodo vai decorrer em Praga, República Checa, de 5 a 12 de fevereiro de 2023, numa organização do CCEE – Conselho das Conferências Episcopais da Europa.

A primeira parte do encontro, de 5 a 9 de fevereiro, é apresentado pelo CCEE como “uma assembleia eclesial”, com a presença de 200 participantes – 156 delegados das 39 conferências episcopais que integram o organismo e 44 pessoas convidadas diretamente pela Presidência do CCEE, como “membros das realidades eclesiais mais representativas a nível europeu”.

Cada delegação nacional é composta pelo presidente da respetiva conferência episcopal e três representantes da Igreja local, “escolhidos para garantir uma presença adequada de leigos e leigas, religiosos e religiosas, diáconos e sacerdotes”.

Os trabalhos vão ainda contar com a presença de delegados de outras confissões cristãs na Europa.

Os últimos dias, de 10 a 12 de fevereiro, contam com a presença exclusiva dos presidentes das conferências episcopais, “para reler colegialmente a experiência sinodal vivida a partir do seu carisma e papel específicos”.

O CCEE decidiu ainda permitir a participação de 10 delegados de cada conferência episcopal, por via digital, os quais vão, através de uma plataforma online, dar o seu contributo durante os trabalhos de grupo.

Estes 590 participantes, no total, são chamados a “formular com mais precisão as questões abertas, para melhor fundamentar e aprofundar as perceções provenientes das Igrejas locais, agora numa perspetiva continental”.

O cardeal Mario Grech assinala que “as sementes da sinodalidade já existem, há realidades eclesiais onde dão fruto e outras onde a semente precisa de ser regada”.

Entre segunda e quarta-feira, o responsável da Santa Sé participou na jornada de atualização do clero do sul (dioceses do Algarve, Beja, Évora e Setúbal), em Albufeira.

“Para mim é uma alegria encontrar-me com as igrejas particulares, não só para caminhar com elas, mas também para aprender com elas”, disse.

As assembleias continentais vão ser desenvolvidas de acordo com a seguinte divisão: Europa (CCEE), América Latina e Caraíbas (CELAM), África e Madagáscar (SECAM), Ásia (FABC), Oceânia (FCBCO), América do Norte (EUA+Canadá) e  Médio Oriente (com a contribuição das Igrejas Católicas orientais).

A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos vai decorrer de 4 a 29 de outubro de 2023; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.

A iniciativa o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão’, começou com um processo inédito de consulta e mobilização, de forma descentralizada, a nível de cada diocese, preparando os encontros continentais que vão decorrer nos próximos meses.

Segundo o Vaticano, “milhões de pessoas em todo o mundo foram implicadas nas atividades do Sínodo”, desde outubro de 2021, e “muitos sublinharam que foi a primeira vez em que a Igreja pediu o seu parecer”.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

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Agência ECCLESIA

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