Encontro reúne responsáveis coptas, siríos, maronitas, melquitas, caldeus, arménios e latinos
Cidade do Vaticano, 15 fev 2023 (Ecclesia) – A Assembleia Sinodal Continental das Igrejas do Oriente Médio – com sete Igrejas Católicas – começou com uma oração pelas vítimas do sismo na Turquia e na Síria e incentivos a caminhar juntos, esta segunda-feira, em Beirute, no Líbano.
“Estamos felizes por iniciar a etapa continental juntos com esta Assembleia Sinodal a nível do Oriente Médio; continuamos o caminho do compromisso de viver como Igreja sinodal; Uma Igreja que aprende ouvindo a palavra de Deus e lendo os sinais dos tempos”, disse o cardeal Mar Bechara Boutros Al-Rahi, divulga o portal ‘Vatican News’.
Participam na Assembleia Sinodal Continental das Igrejas do Oriente Médio comunidades de sete ritos e tradições – coptas, siríos, maronitas, melquitas, caldeus, arménios e latinos — de várias regiões e países, da Terra Santa, da Jordânia, do Líbano, da Síria, Egito, Iraque e Arménia.
O cardeal Mar Bechara Boutros Al-Rahi afirmou que não devem perder de vista “a questão fundamental do caminho sinodal”, como é este “caminhar juntos”, que permite à Igreja anunciar o Evangelho segundo a mensagem que foi entregue, e que “outros passos o Espírito Santo leva a dar para crescer como Igreja sinodal”.
“O tema não é puramente académico, mas baseia-se na oração, na escuta da Palavra de Deus e no espírito de penitência e conversão e, portanto, na escuta recíproca, no diálogo e no discernimento. A nossa tarefa nesta assembleia continental é definir as prioridades que serão estudadas na próxima assembleia geral”, assinalou o patriarca maronita.
No início dos trabalhos o secretário-geral do Conselho dos Patriarcas Católicos do Oriente e coordenador-geral da Assembleia Sinodal destacou e citou o documento ‘A presença cristã no Oriente, testemunho e mensagem’, dos Patriarcas Católicos do Oriente, em 1992, que traçou o caminho destas Igrejas e sintetizou a identidade e o futuro.
“Estamos unidos pelas condições dos nossos países, onde a todos muitas vezes faltam a liberdade de crença, a liberdade de expressão, a liberdade das mulheres e a liberdade das crianças. Todos nós tentamos, de acordo com nossas energias, combater a corrupção na política e na economia. Todos nós procuramos praticar a transparência nas nossas instituições religiosas e sociais, e desejamos praticar uma cidadania responsável e lutar contra a pobreza e a ignorância”, assinalou o padre Khalil Alwan, lembrando também a emigração,
O coordenador da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos lembrou que a fase continental teve início neste mês de fevereiro, e assinalou que no Oriente Médio a sinodalidade tem uma longa tradição.
“Graças à sua preciosa contribuição, estou plenamente convencido de que a Igreja universal pode tornar-se mais sinodal e pode expandir o espaço da sua tenda. Sabemos que ‘caminhar juntos’ é um conceito fácil de colocar em palavras, mas difícil de colocar em prática”, disse o cardeal Jean-Claude Hollerich.
O secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cardeal Mario Grech, explicou dois aspetos do processo sinodal até ao presente: “O êxito do caminho sinodal depende da participação ativa do povo de Deus e dos párocos”, e “a importância da escuta, ouvir o Espírito Santo que fala à Igreja”.
“A consulta em algumas Igrejas permitiu ao povo de Deus pôr em prática aquele modo próprio de participar na função profética de Cristo, que se manifesta no ‘sensus fidei’ de todos os batizados; a participação ativa do povo de Deus na vida da Igreja não diminui o serviço hierárquico, pelo contrário, fortalece-o e demonstra a sua função indispensável na vida da Igreja”, acrescentou.
Na Europa, a Assembleia Continental do Sínodo 2021-2024 realizou-se de 5 a 12 de fevereiro, em Praga, e os presidentes das 39 conferências episcopais saudaram o “sinal inequívoco” de unidade que os trabalhos representaram.
CB/OC