Sínodo 2021-2024: Igrejas da Oceânia reunidas na etapa continental, com atenção a territórios ameaçados de extinção

Bispos da região reúnem-se nas Ilhas Fiji

Suva, 06 fev 2023 (Ecclesia) – A capital das Ilhas Fiji acolhe, desde domingo, a Assembleia Continental da Oceânia para o Sínodo 2021-2024, com atenção a territórios ameaçados de extinção pelas alterações climáticas.

Os representantes das comunidades católicas da Austrália, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Fiji e Ilhas Salomão, assim como e outras áreas do Pacífico, contam com a presença do cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), que denunciou a “exploração insustentável e injusta” dos recursos naturais.

O colaborador do Papa apontou o dedo a problemas como a pirataria, a poluição marinha, a erosão costeira e, sobretudo, a migração “desesperada” das pessoas afetadas pelas alterações climáticas.

Para o cardeal Czerny, a sinodalidade implica “uma conversão pastoral e missionária” de toda a Igreja, que passa pela “renovação de mentalidades, atitudes, práticas e estruturas”.

O objetivo do Sínodo, acrescentou, “é semear sonhos, levantar profecias e visões, fazer florescer a esperança, inspirar confiança, curar feridas, tecer relações, despertar um amanhecer de esperança”.

Os delegados presentes em Suva visitaram um rio afetado por exploração mineira e uma comunidade afetada pelo aumento do nível do mar.

D. Peter Loy Chong, arcebispo de Fiji, denunciou “novas formas de colonialismo”, que levam as pessoas a trocarem valores tradicionais por dinheiro.

“O maior perigo para nós é o dano provocado ao rio, a perda de biodiversidade e a perda de sustentabilidade. É como cortar o cordão umbilical de uma criança de sua mãe”, indicou.

Os delegados receberam uma mensagem em vídeo do secretário-geral do Sínodo, cardeal Mario Grech – a participar na Assembleia Continental europeia, em Praga –, desejando que “a Igreja seja, nesta fase histórica, um mosaico de peças unidas pelo denominador comum da sinodalidade.

“Não tenham medo de falar. Não tenham medo de ouvir, de fazer um esforço para acolher e compreender os outros, nem tenham medo de mudar de opinião de acordo com o que ouvem”, pediu aos membros da Federação das Conferências Episcopais Católicas da Oceânia (FCBCO).

As assembleias continentais estão a ser desenvolvidas de acordo com a seguinte divisão: Europa (CCEE), América Latina e Caraíbas (CELAM), África e Madagáscar (SECAM), Ásia (FABC), Oceânia (FCBCO), América do Norte (EUA/Canadá) e Médio Oriente (com a contribuição das Igrejas Católicas orientais).

A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos vai decorrer de 4 a 29 de outubro de 2023; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

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