Sínodo 2021-2024: Diocese de Setúbal apresenta contributo da comissão sinodal, pedindo maior «transparência» e participação nas tomadas de decisão

Texto aborda relação entre leigos e padres, responsabilidades das mulheres, celibato e promoção social, entre outros temas

Setúbal, 10 abr 2024 (Ecclesia) – A Diocese de Setúbal divulgou hoje um novo contributo da sua comissão sinodal, no qual defende uma maior “transparência” e participação nas tomadas de decisão, sublinhando a valorização dos leigos na ação da Igreja.

“Da escuta sinodal surge uma maior preocupação por ouvir a todos, informar a todos, incluir todos no discernimento e decisões a tomar e ao mesmo tempo uma maior sensibilidade e atenção aos mais excluídos”, assinala o documento, enviado à Agência ECCLESIA.

Os responsáveis sublinham a “necessidade de transparência e de uma cultura de prestação de contas”, considerando “imprescindível” que os conselhos paroquiais sejam uma realidade em todas as comunidades, com a participação dos jovens.

A comissão sadina deseja que se torne prática “comum e recorrente a realização, em comunidade, de momentos de debate, de diagnóstico de dificuldades e de proposta de soluções”.

O documento resultou do “processo de reflexão e debate” sobre o relatório final da primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que decorreu em outubro de 2023, no Vaticnao.

“As comunidades consideraram que um caminho sinodal leva à alteração de algumas formas de atuação, de vivência e de estar em comunidade”, indica uma nota da Diocese de Setúbal.

A nova síntese realça a importância de construir uma Igreja que “acompanhe as pessoas na sua realidade de vida, casais, pobres, marginalizados pelas suas situações matrimoniais, identidade ou sexualidade”.

A equipa da Diocese de Setúbal sublinha que os leigos estão “cada vez mais presentes e ativos, dentro e fora do espaço eclesial”, pedindo maior acompanhamento e valorização das pessoas com deficiência.

Os responsáveis pedem que as comunidades cristãs acompanhem os padres, “muitas vezes sobrecarregados com trabalho que sentem não ser a sua vocação” e salientam, na sua reflexão, que “o celibato não deveria ser obrigatório”.

É fundamental envolver mais mulheres nas funções e nos ministérios existentes, incluindo o acolitado, e garantir que as mesmas possam participar nos processos de decisão, assumindo papéis de responsabilidade na pastoral, pelo que se deve dar seguimento à pesquisa teológica e pastoral sobre o acesso das mulheres ao diaconado”.

A nota de síntese sublinha que as comunidades católicas vivem em contextos cada vez mais “multiculturais e multirreligiosos”.

“Viver a missão da Igreja nestes contextos requer um estilo de presença, serviço e anúncio que procure construir pontes, cultivar a compreensão recíproca e comprometer-se numa evangelização que acompanha, escuta e aprende”, sustenta a comissão sinodal.

As comunidades consideraram que um caminho sinodal leva à alteração de algumas formas de atuação, de vivência e de estar em comunidade, pelo que foi manifestada a vontade de que se torne comum e recorrente a realização, em comunidade, de momentos de debate, de diagnóstico de dificuldades e de proposta de soluções”.

A síntese foi enviada à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que reúne os vários contributos diocesanos num texto destinado à Secretaria-Geral do Sínodo, responsável pela elaboração do documento de trabalho (Instrumentum Laboris) da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 a 27 de outubro de 2024).

A CEP está representada na assembleia sinodal por D. José Ornelas, presidente da CEP, e D. Virgílio Antunes, vice-presidente do organismo.

OC

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Agência ECCLESIA

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