Sínodo 2021-2024: «A paróquia não é uma estrutura caduca» – Padre Sérgio Leal

Sacerdote da Diocese do Porto participa no encontro de 200 párocos de todo o mundo  

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Porto, 29 abr 2024 (Ecclesia) – O padre Sérgio Leal, da Diocese do Porto, participa no encontro internacional de párocos, em Roma, sobre a paróquia enquanto lugar de “exercício da sinodalidade”, e afirma que “a paróquia não é uma estrutura caduca”.

“O Papa João XXIII definia a paróquia como o fontanário do centro da aldeia, onde todos vão beber; o Papa João Paulo II como a casa no meio da casa dos seus filhos… Hoje já não vamos à fonte e a água vem ter a casa, o mundo mudou, mas a paróquia não deixa de ser essencial para a construção eclesial”, afirmou.

O sacerdote da Diocese do Porto participa no encontro internacional de párocos, que vai reunir 200 sacerdote de todo o mundo, em Roma, para dialogar sobre o tema ‘Como ser uma Igreja local sinodal em missão’, a partir de hoje a até ao dia 2 de maio, no âmbito do Sínodo 2021-2024.

A Conferência Episcopal Portuguesa nomeou, como participantes o padre Sérgio Leal, da Diocese do Porto, e o padre Adelino Guarda, da Diocese de Leiria-Fátima; o padre António Bacelar, da Diocese do Porto, vai participar como convidado da Secretaria Geral do Sínodo.

Para o padre Sérgio Leal, que concluiu no mês de fevereiro o doutoramento sobre o tema da sinodalidade, com uma tese intitulada “Pastores para uma Igreja em saída”, a paróquia é “um lugar de acolhimento e de pertença universal”, que tem de se repensar no contexto da realidade social atual.

“Hoje vivemos um tempo de mobilidade que implica o repensar da paróquia nesta perspetiva. Creio que não devemos abdicar da territorialidade, porque ela nos faz situar num determinado lugar e nos dá uma determinada organização que é essencial”, afirmou.

“Na mobilidade em que vivemos, é preciso pensar a paróquia para lá das fronteiras geográficas e dos sentidos de pertença, que hoje são variados e diferentes, e saber habitar outros lugares que não são territoriais”.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

O padre Sérgio Leal considera que o “grande desafio” que a paróquia enfrenta  é “a Igreja em saída”, que implica um “desacomodar dos grandes esquemas” que definem o dinamismo paroquial.

“Espero que este encontro sinodal traga isso: pensar a paróquia à luz da realidade hodierna. Não está em causa nenhuma matéria doutrinal, está em causa o modo como a Igreja se situa no mundo contemporâneo”, referiu.

O sacerdote da Diocese do Porto lembrou que “os homens e as mulheres situam-se de modo diferente na relação com a fé e com a espiritualidade”, onde “o sentido de pertença e a dinâmica comunitária ganharam hoje contornos diversos”, e disse que, para acolher, a paróquia tem de “ir ao encontro”.

“Acolhemos todos, todos, todos, porque partimos ao encontro de todos e os fazemos sentir importantes neste dinamismo paroquial que queremos construir”.

O padre Sérgio Leal participa no encontro internacional de párocos com a expectativa de “ouvir como se vive a dinâmica paroquial em diferentes geografias, contextos sociais e culturais” e “sentir o pulsar do caminho sinodal”.

“A paroquia tem de ser o lugar concreto do exercício da sinodalidade”, sustenta.

Após a realização da assembleia sinodal sobre o tema da sinodalidade em outubro de 2023, o Papa Francisco convocou nova assembleia sobre o mesmo tema para o próximo mês de outubro, sinal de que “a sinodalidade é um modo de ser Igreja”.

“A Igreja só será o que deve ser se for uma Igreja a caminhar em conjunto”, concluiu o padre Sérgio Leal.

PR

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Agência ECCLESIA

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