Sínodo 2019: Bispos renovam «Pacto das Catacumbas» com 15 compromissos pela Amazónia (c/fotos e vídeo)

Fotos: Conselho Indigenista Missionário – Cimi

Roma, 20 out 2019 (Ecclesia) – Dezenas de bispos que participam no Sínodo especial para a Amazónia, convocado pelo Papa Francisco, assinaram hoje em Roma um ‘Pacto das Catacumbas’, com 15 compromissos em defesa dos indígenas e do ambiente.

A celebração decorreu, simbolicamente, nas Catacumbas de Domitila, em Roma, onde em 1965 outro grupo de bispos assinou um documento, dias antes do encerramento do Concílio Vaticano II, que é hoje considerado histórico, defendendo uma Igreja ao serviço dos mais pobres.

As propostas incluem uma maior participação de representantes dos leigos nas estruturas de decisão de cada diocese, a promoção do diálogo ecuménico e inter-religioso, bem como o reconhecimento de “ministérios eclesiais já existentes”, protagonizados por agentes pastorais, catequistas indígenas e ministros da Palavra.

Os pontos 11 e 12 abordam, em particular, dois temas que têm marcado o atual Sínodo especial: a necessidade de ordenar ministros que assegurem a Eucaristia em todas as comunidades e o reconhecimento da “diaconia” das mulheres, que assumem um papel de liderança na Amazónia.

A Missa desta manhã foi presidida pelo relator-geral do Sínodo 2019, cardeal D. Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo (Brasil) e presidente da Rede Eclesial Pan-amazónica (REPAM).

O texto do ‘Pacto das Catacumbas pela Casa Comum’ foi lido e assinado por vários dos padres sinodais, que manifestam a “alegria de viver entre numerosos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, migrantes, comunidades na periferia das cidades” amazónicas.

O documento fala num “sentimento de urgência” perante a destruição do território e as violações dos direitos dos povos indígenas, apelando a uma “ecologia integral” que enfrente os desafios das alterações climáticas.

Os signatários dos 15 compromissos reforçam o pedido de “opção preferencial pelos pobres, especialmente pelos povos nativos”, com a rejeição da “mentalidade e postura colonialistas”.

O ponto 14 apresenta propostas práticas de defesa do meio ambiente, no dia a dia: “assumir, contra a avalanche de consumismo, um estilo de vida alegremente sóbrio, simples e solidário com quem tem pouco ou nada; reduzir a produção de resíduos e o uso de plásticos, favorecer a produção e comercialização de produtos agroecológicos e usar os transportes públicos sempre que possível”.

Durante a Missa, o cardeal Hummes explicou aos participantes que envergava, na celebração, uma estola de D. Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, um dos promotores do ‘Pacto das Catacumbas’ de 1965.

OC

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Agência ECCLESIA

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