Lucas Barboza Galhardo é representante do Movimento Schoenstatt Internacional
Foto: Ricardo Perna/Família Cristã
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 25 out 2018 (Ecclesia) – O jovem brasileiro Lucas Barboza Galhardo, um dos convidados no Sínodo dos Bispos, defendeu hoje que casos abusos sexuais e de poder, na Igreja Católica, colocam em causa a sua credibilidade e devem ser combatidos
“É algo que nos incomoda muitíssimo, a nós jovens, e espero que haja medidas concretas, por parte das Conferências Episcopais, das Igrejas locais, para que não se repitam”, referiu, na sala de imprensa da Santa Sé, onde esteve para partilhar a sua experiência com os jornalistas.
O jovem brasileiro falou dos testemunhos de sofrimento, narrados pelas vítimas, sustentando que “a Igreja dos abusos de poder não é a Igreja de Jesus Cristo”.
“Essa não é a Igreja que a maioria dos jovens quer, a Igreja que queremos é a Igreja da alegria, do amor, a Igreja sinodal, de estarmos realmente a caminhar juntos”, assinalou.
Em declarações à Agência ECCLESIA, Lucas Barboza Galhardo destacou que o Sínodo destacou este anseio de mudança que tem surgido no Sínodo dos Bispos.
“É muito importante, no sentido de pensar um pouco diferente, buscar alternativas novas, iniciativas novas de continuar os caminhos, de continuar os trabalhos. Tenho muitas expetativas, porque acho que esse Sínodo vai trazer um, de buscar o novo, de, trabalhando juntos, encontrar caminhos novos”, representante do Movimento Schoenstatt Internacional e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
O auditor (ouvinte) nesta assembleia sinodal fala de uma “experiência muito rica, de muita aprendizagem”, que se sucede a outra, em março, no pré-sínodo que decorreu em Roma por desejo do Papa, com jovens de todo o mundo, católicos e não só.
Lucas Barboza Galhardo elogia, por isso, o “exemplo de sinodalidade” de todo este processo, esperando que este caminho conjunto possa “gerar mais frutos”.
o participante sublinha que este percurso leva ao reforço do papel das novas gerações na construção de uma Igreja “mais aberta, mais acolhedora, mais à escuta, colocando os jovens como protagonistas, abrindo mais espaços para todos”.
O representante do Movimento Schoenstatt Internacional identifica passos do que tem sido referido, no Sínodo, como a necessidade de uma “conversão pastoral”.
“É um processo, e acho que vai ser um processo lento. Abrir espaço para os jovens, para muitos, não vai ser fácil acreditar no nosso potencial, então acho que há esse processo de conversão pastoral dos pastores e agentes”.
O entrevistado considera necessário transmitir a fé em “nova linguagem”, dando como exemplo o campo da tecnologia.
“Se queremos melhorar o compromisso da Igreja na tecnologia, contem connosco, jovens: vamos caminhar juntos, alinhar todo o conhecimento, catequese, doutrina dos mais experientes, e unir a nossa facilidade de manusear a tecnologia, das iniciativas, de estar atento às novidades”, convida.
O jovem brasileiro mostra-se impressionado com a proximidade constante do Papa, que “evangeliza e comunica através das atitudes”.
Sobre os trabalhos propriamente ditos, brinca com a necessidade de “apertar o botão rapidinho” para tomar a palavra nas chamadas intervenções livres, “porque a competição é grande”.
Lucas Barboza Galhardo, de 26 anos, trabalha com projetos mecânicos e fez uma pausa nos estudos, este semestre, por causa das atividades ligadas ao Sínodo; é natural da Diocese de Bragança Paulista.
OC
A reportagem no Sínodo dos Bispos é realizada em parceria para a Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis, Rádio Renascença e Voz da Verdade, com o apoio da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre