Sínodo 2012: Bento XVI pede aposta no diálogo cultural com novas linguagens

Papa encerra assembleia de bispos com reflexão sobre os desafios que se colocam à missão da Igreja num mundo globalizado

Cidade do Vaticano, 28 out 2012 (Ecclesia) – Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que a Igreja Católica tem de apostar no diálogo cultural e no testemunho pessoal de fé para promover uma ação de nova evangelização nos cinco continentes.

“Para além dos métodos tradicionais de pastoral, sempre válidos, a Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade”, disse, durante a homilia da missa conclusiva do Sínodo dos Bispos, na Basílica de São Pedro.

A 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo, organismo consultivo criado por Paulo VI em 1965, teve como tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’ e decorreu desde o dia 7 deste mês, no Vaticano.

Num balanço dos trabalhos, que contaram com a presença de especialistas e observadores convidados, o Papa sublinhou que a globalização provocou “um notável deslocamento de populações”, pelo que se impõe “a necessidade do primeiro anúncio também nos países de antiga evangelização”.

Segundo Bento XVI, a Igreja já encetou, em várias partes do mundo, um “caminho de criatividade pastoral para se aproximar das pessoas afastadas ou à procura do sentido da vida, da felicidade e, em última instância, de Deus”.

“Todos os homens têm o direito de conhecer Jesus Cristo e o seu Evangelho; a isso corresponde o dever dos cristãos – de todos os cristãos: sacerdotes, religiosos e leigos – de anunciarem a Boa Nova”, prosseguiu.

O Papa apresentou uma reflexão a partir do episódio evangélico da cura de um cego, Bartimeu, que “representa o homem que tem necessidade da luz de Deus – a luz da fé – para conhecer verdadeiramente a realidade e caminhar pela estrada da vida”.

“Condição essencial é reconhecer-se cego, necessitado desta luz; caso contrário, permanece-se cego para sempre”, alertou.

Bento XVI reforçou a ideia de que a nova evangelização “diz respeito a toda a vida da Igreja”, antes de sublinhar algumas “linhas pastorais” que emergiram do Sínodo.

A primeira referiu-se à “necessidade de acompanhar, com uma catequese adequada, a preparação para o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia”.

Em segundo lugar, o Papa destacou o “dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo”.

Um terceiro aspeto sublinhado por Bento XVI diz respeito às “pessoas batizadas que não vivem as exigências do Batismo”, especialmente nos países “mais secularizados”.

“A Igreja dedica-lhes uma atenção especial, para que encontrem de novo Jesus Cristo, redescubram a alegria da fé e voltem à prática religiosa na comunidade dos fiéis”, acrescentou.

O Sínodo de 2012 reuniu mais de 260 participantes, um número recorde no qual se incluíam D. Manuel Clemente, bispo do Porto, e D. António Couto, bispo de Lamego, em representação da Conferência Episcopal Portuguesa.

OC

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