Sines: «Sagrado e Profano» em destaque na Igreja de Nossa Senhora das Salas

No próximo sábado, dia 11, a Igreja de Nossa Senhora das Salas, em Sines, abre as suas portas ao público para dar a conhecer os seus tesouros escondidos.

Mais do que observar o monumento do ponto de vista religioso e espiritual, os visitantes poderão observar a sua riqueza geológica, numa iniciativa intitulada “O Sagrado e o Profano”, que começa às 16 horas.

Construída no início do século XVI por D. Vasco da Gama, a Igreja ainda hoje conserva intacto o acervo de jóias oferecidas por sucessivas gerações de sineenses, como ex-votos, às imagens de santos.

Entre estas peças destaca-se um grande número de pares de brincos, anéis e trémulos, permitindo documentar a evolução da joalharia portuguesa ao longo dos séculos XVIII e XIX.

Este tesouro, que passa despercebido a muitas pessoas, tem vindo a ser reunido num pólo museológico instalado na Igreja, pelo Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da diocese de Beja.

O organismo coordena este evento ao abrigo do ciclo «Ciência Viva», que tem vindo a realizar desde 2008, em parceria com o Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa.

De acordo com um comunicado do DPHA, não serão apenas as jóias que estarão em destaque, mas toda a geologia do monumento.

“Como os materiais empregues na construção da igreja de Nossa Senhora das Salas – nomeadamente a famosa brecha da Arrábida – e a própria geologia do sítio em que este monumento nacional se encontra implantado possuem grande interesse geológico, estes aspectos vão ser também alvo de observação, à semelhança de esculturas existentes no espólio do templo”, adianta aquele organismo.

O DPHA lança ainda um desafio a todos os que queiram participar na visita: quem quiser, poderá trazer os seus próprios “tesouros”, pedras preciosas que tenham patentes em peças guardadas em casa.

Num laboratório móvel, o gemólogo profissional Rui Galopim de Carvalho irá proceder à identificação das jóias e estabelecer uma avaliação das mesmas.

“Uma excelente ocasião para quem estiver interessado em conhecer a proveniência, a antiguidade e o valor histórico das obras que lhe pertencem” sublinha o comunicado da DPHA.

A intenção de toda esta iniciativa, para além de trazer nova luz sobre os tesouros patrimoniais da diocese, é desmistificar a prática científica, aproximando-a da sociedade.  

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