D. José Ornelas quer ver a Igreja sadina «revestir-se de jovem», em 2020
Almada, 01 out 2018 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal disse que a diocese vai viver o Ano Missionário, entre este mês de outubro e o de 2019, unido ao tema da juventude e referiu que é necessário “olhar para fora das comunidades”.
“A atitude missionária não é, simplesmente, a atitude das missões externas, essa é importante e continua a ser sempre o horizonte, sair de si em direção aos outros, sair da sua própria comunidade em direção à sociedade”, explicou D. José Ornelas.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. José Ornelas afirmou que “é fundamental” sair das igrejas à procura daqueles que estão fora numa diocese que “terá cerca de 6% por cento de prática religiosa”.
“A Igreja não joga à defesa, não é ao ataque a ninguém, mas abertura para fora”, realçou no contexto do Ano Missionário que a Igreja Católica em Portugal começa a viver este mês até outubro de 2019, por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa.
O bispo de Setúbal assinala que a Igreja de Cristo é “missionária”, por natureza, “ou então perde a sua própria identidade”.
“Nesta diocese, como para a Igreja toda, a Igreja ou é missionária ou vai ficando cada vez mais reduzida simplesmente a um grupo cada vez mais reduzido de adeptos e que se vão fechando com medo do mundo que está fora”, desenvolveu.
A Conferência Episcopal Portuguesa convocou este ano com a Nota Pastoral ‘Todos, Tudo e Sempre em Missão’, depois de o Papa Francisco ter convocado um “mês missionário extraordinário” para outubro de 2019, por ocasião do centenário da Carta Apostólica Maximum Illud, de Bento XV.
D. José Ornelas explicou que na diocese sadina vão viver este lema “unido” ao tema fundamental de um biénio pastoral dedicado “particularmente à juventude”, que “tem de abrir o olhar para fora de si própria, para fora das suas comunidades”.
“Uma Igreja que tem de abrir-se, tem de abrir-se a começar pela juventude, porque são estes que se vão construir a sociedade de amanhã”, observou.
O bispo de Setúbal sublinha que os jovens são chamados a “viver ativamente dentro da comunidade” mas também a sair e ir “à procura de outros jovens”.
“São eles que têm de ser o veículo de missão. Depois queremos de facto que em cada uma das nossas paróquias se vá instituindo o catecumenato habitual para pessoas que vão descobrindo a fé e começar um caminho de preparação para o batismo, e para a vida nas comunidades”, acrescentou.
Neste domingo, 30 de setembro, o bispo de Setúbal instituiu o novo Departamento (diocesano da pastoral) da Juventude, nomeou a jovem leiga Inês Costa Baptistacomo coordenadora, e publicou a Nota Pastoral ‘Jovens: pedras vivas na construção da Igreja’.
“São jovens a caminhar para a vida adulta e com responsabilidades de família, trabalho, etc, e que por isso mesmo são capazes e têm capacidade de gerir e de encontrar soluções novas para um mundo novo onde nós estamos”, explicou sobre a equipa do novo departamento.
Sobre a escolha de uma leiga para coordenar este setor, o bispo refere que é necessário “entender a missão e as missões” dentro da própria comunidade cristã e para fora dela como “um dever de todos e os padres têm o seu lugar”, como o assistente do departamento que é o padre João Dias, o anterior diretor do secretariado da juventude.
“Mas, é importante que os jovens sejam de facto os primeiros portadores do Evangelho, da comunhão fraterna, do aprofundamento da fé para outros jovens”, explicou.
No final do biénio (2018-2020), D. José Ornelas quer ver a Igreja sadina “revestir-se de jovem”, que não significa “criar uma Igreja nova” mas “encontrar” para o tempo de hoje uma Igreja renovada “com o mesmo Evangelho de sempre” e na sua maneira de “atender e chegar aos jovens”.
CB/PR