Foram celebrados os jubileus sacerdotais do padre José Gomes Lopes Gusmão e do padre José Manuel de Morais Salgueiro Teixeira de Abreu, ordenados há 50 e 25 anos
Setúbal, 16 jul 2020 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal presidiu hoje à Missa Crismal, nos 45 anos da diocese sadina, num dia em que o clero renovou as suas promessas sacerdotais e foram comemorados os jubileus de padres ordenados há 50 e 25 anos.
“Celebrar a Missa Crismal é sempre um dia muito, muito, significativo para o clero de qualquer diocese. A celebração em si é sempre muito importante, é um dia especial porque é o dia do clero e se celebra como dom de agradecimento a Deus e de agradecimento também aqueles da parte da comunidade que a servem”, disse D. José Ornelas à Agência ECCLESIA.
A Missa Crismal que se celebra tradicionalmente na manhã de Quinta-Feira Santa, com a bênção dos óleos dos catecúmenos e dos enfermos e a consagração do óleo do crisma, utilizados na celebração de vários sacramentos, foi adiada este ano por causa da pandemia Covid-19 e em Setúbal escolheram a “data significativa” do 45.º aniversário do decreto de fundação na diocese sadina.
Segundo o bispo de Setúbal, a celebração “significa com um ponto de união muito importante do clero”, um reunir-se “apesar das diferenças até de origens”, acrescenta, lembrando que “grande parte” dos padres desta diocese no início não era desta região.
“Foi gente que adotou esta diocese como sua Igreja e a diocese tem um dever e um gosto de gratidão para com estes padres, que aliás, como o primeiro bispo D. Manuel (Martins) veio do Porto, mas outros vieram das Beiras, e agora mais recentemente de outros países, do Brasil, particularmente de Angola, e são padres que estão ao serviço da nossa Igreja e temos um grande dever e divida de gratidão”, desenvolveu D. José Ornelas.
Na Eucaristia, o responsável católico assinalou os jubileus sacerdotais do padre José Gomes Lopes Gusmão (50 anos), que é um desses casos que não pertencia à diocese, e do padre José Manuel de Morais Salgueiro Teixeira de Abreu (25 anos), para além de outros aniversários de ordenação sacerdotal.
“Eu pertencia a Évora, estudei em Vila Viçosa, com a criação da diocese tinha a liberdade de optar, estava em Canha e era distrito de Setúbal, mas Arquidiocese de Évora”, contextualiza o padre José Gusmão.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o sacerdote, que queria ser Guarda-Fiscal mas na Quarta-Classe escolheu ir para o seminário quando um padre visitou a escola, refere que veio “da fronteira de Espanha para a beira-mar” e, neste dia, que recorda a ordenação (28 de junho 1970) agradece “ao Senhor por ter chamado, depois gratidão de ter chamado para este ministério”.
“É sempre um desafio que o Senhor nos faz e, às vezes, nem contamos com ele”, acrescenta o padre José Gusmão, destacando que “é preciso estar atentos aos sinais” e “é importante” lançarem “esse apelo aos jovens”.
O padre José Manuel de Morais Salgueiro Teixeira de Abreu celebrou 25 anos de presbítero e adianta que os desafios “têm sido vários nas diferentes paróquias” e, “não há dúvida”, que agora viver “mais de perto um grande desafio que nunca tinha passado pela cabeça”, com a pandemia, por exemplo “celebrar de máscara” ou estar mais de “dois meses na ausência de povo, a celebrar nas igrejas sem fiéis”
“É procurarmos viver na maior caridade, no maior louvor a Deus e na maior caridade pelos irmãos: Aqui estou agora, 25 anos a celebrar este dom do sacerdócio, que antes de mais é um dom gratuito, e sobretudo para ser administrado em favor de todo o povo de Deus, de todas as pessoas, é isto que tenho procurado fazer”, desenvolveu o pároco de São Lourenço de Azeitão e São Simão de Azeitão.
Na homilia da Missa, o bispo de Setúbal afirmou que “na Igreja pós-pandemia não” querem “simplesmente voltar ao que era antes” e explicou à Agência ECCLESIA que destes “quase quatro meses de crise”, há “um património novo” que têm de “saber utilizá-lo para o futuro”, porque aprenderam “também coisas novas dentro da Igreja, ao lado de muitas dificuldades”
CB/OC