Ser consagrada, hoje

Todo o cristão é chamado a fazer dom de si, os documentos conciliares e pós conciliares nos alertam para isso. A vida consagrada é um modo de vida que por natureza, pode ser uma oportunidade para uma entrega total de amor a Deus, e aos irmãos, facilitando o crescimento na capacidade de fazer dom total de si. Ser consagrada implica ser chamada à vida. O Amor de Deus precede a criação. Deus conhece-nos e chama-nos pelo nome. Vocação é graça, é dom, sinal do amor de Deus. No entanto, implica uma resposta da nossa parte. Quanto maior é o dom, maior generosidade implica na resposta. Ser consagrada hoje é ser mulher de fé, esta marca a identidade do crente e facilita a vivência da novidade do Evangelho. É também ser mulher de esperança, sabemos em quem confiamos, em Deus e no seu Reino. Ser consagrada hoje implica ser mulher livre. A consagração é entrega incondicional nas mãos de Deus. Ser disponível, para dizer sim ao seu chamamento. A resposta não é dada apenas no momento de entrada na congregação, nem tão pouco no dia da profissão religiosa, mas sim em cada dia e em cada momento. Pelo que implica atenção aos sinais dos tempos e capacidade de discernimento. Ser mulher centrada em Deus, com uma vida espiritual intensa. Rica do Amor de Deus, capaz de amar a Deus e de deixar-se amar por Ele. Para que possa assim amar os irmãos e deixar-se amar por eles. Identificada com o carisma, espiritualidade e missão própria da congregação. Os votos de pobreza, castidade e obediência são uma força nesta caminhada. Através do voto de castidade tornamo-nos mais livres para amar Jesus Cristo e nos deixarmos amar por Ele, para amar a todos com coração universal. O voto de obediência torna-nos mais livres para uma resposta pronta ao chamamento que Deus nos vai fazendo em cada momento, assim como a participar com Cristo na sua missão redentora. O voto de pobreza também nos torna mais livres e desprendidas do supérfluo, mais atentas ao essencial. Como consagrada na Congregação do Bom Pastor sinto-me feliz, acredito estar a realizar o plano de Deus a meu respeito. A minha missão neste momento passa pela coordenação da minha comunidade, Direcção Técnica de uma Instituição Particular de Solidariedade Social, que acolhe crianças e jovens em situação de risco, e colaboração com a Escola de Formadores em Salamanca. Dou graças a Deus pelo dom da vocação à qual Deus me chamou e pelo dom da fidelidade à graça. Como seres humanos, sabemos que há sempre falhas, o ideal é condicionado pelos nossos próprios limites. No entanto, a misericórdia de Deus é bem maior que o nosso pecado. A pessoa é um mistério insondável do amor de Deus. Fazer dom de si é responder ao chamamento de Deus, é fruto de disponibilidade e liberdade humana que se manifesta na resposta à graça de Deus. O que por sua vez se reflecte na capacidade de amar os irmãos gratuitamente. Ir. Fátima Pires, rbp

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