Seminário da Guarda quer «saltar» o muro

Nas bodas de Diamante esta instituição pensa “sair mais do seminário e ir ao encontro das comunidades” A instituição tem mais de quatro séculos mas somente “75 anos nestas instalações” – disse à Agência ECCLESIA o Cón. Manuel Matos, Reitor do Seminário Maior da Guarda, em relação aos festejos das bodas de diamante daquele seminário. A funcionar desde 1931, na zona do Bonfim, o Seminário foi construído pela Diocese da Guarda, com donativos de muitos benfeitores e amigos, com o objectivo de preparar futuros padres. Nos últimos anos, o edifício sofreu profundas obras de recuperação e adaptação, uma vez que se encontrava bastante degradado. “Foram várias gerações de sacerdotes que se formaram nesta casa” – salientou. No último fim de semana (5 a 7 de Maio) foram muitos os que visitaram aquela casa. “Com a celebração deste jubileu sentimos que a diocese estava com esta fonte” – afirmou o reitor. Foi e é uma escola de formação apesar de “termos menos vocações”. Como aconteceu com muitos dos seminários portugueses, este também deu “um contributo muito grande à sociedade e cultura portuguesa” – adiantou o Cón. Manuel Matos. Os seminários da Guarda – tanto o maior como o menor – foram a escola de “muita gente desta região do interior”. Estas casas deram a possibilidade de muitos jovens estudarem e “muitas famílias beneficiaram com os seminários”. Integrado nestas comemorações, o pai do satélite português, Carvalho Rodrigues, proferiu uma conferência sobre «Fé e ciência». Nela, sublinhou que os seminários “deram um contributo muito importante aos avanços da ciências”. Com os vários colóquios, o seminário foi o centro das atenções nestes dias. “Uma forma de divulgar o seminário e alertar para a pastoral vocacional” – reconheceu este formador. Como forma de preparar esta efeméride, aqueles que aprofundam a sua vocação “levaram o Seminário da Guarda aos vários arciprestados” nas celebrações dominicais. Actualmente, o Seminário da Guarda tem catorze seminaristas (8 em Teologia e 6 no Ensino Secundário). Para o próximo ano, o reitor espera ter “mais seminaristas” porque “temos vários que estão no Pré-seminário e aqueles que estão no Seminário Menor”. O panorama vocacional decresceu nas últimas décadas se compararmos com a década de cinquenta. Naquela altura “chegámos a ter mais de cem alunos”. A nível de ordenações “tínhamos entre quinze e vinte por ano” – explicou o reitor do seminário. Há mais de vinte anos como responsável daquela instituição, o Cón. Manuel Matos acrescenta que os “compromissos definitivos são difíceis para os jovens”. E acrescenta: “a vida sacerdotal é uma vida de risco”. Apesar do número reduzido ainda “temos alguns que continuam a entregar a sua vida”. Para o futuro e integrada na aposta vocacional que a diocese da Guarda está a fazer “pensamos sair mais do seminário e ir ao encontro das comunidades” – concluiu o reitor.

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