Semana Santa: Investigador António Catana recorda tradição em Idanha-a-Nova e admite «tristeza» perante segundo ano de confinamento (c/vídeo e fotos)

Jovens ajudaram a «resgatar» tradições pascais com recurso ao online

https://www.facebook.com/aleluiaemcasa/videos/435454610856705

 

Idanha-a-Nova, 30 mar 2021 (Ecclesia) – O investigador António Catana disse hoje à Agência ECCLESIA que o segundo ano consecutivo sem que as tradições pascais se cumpram no Concelho de Idanha-a-Nova gera “angústia e tristeza” na comunidade, apesar do recurso a propostas online.

“Vejo o pulsar destes guardiães e guardiãs que lamentam não poder sair à rua para entoar a encomendação das almas e outras tradições”, refere o historiador de tradições da Beira Baixa.

Para António Catana, a ausência das procissões e manifestações populares faz com que “falte a alma da Páscoa” nestas comunidades da Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

O autor de dois livros sobre as tradições pascais em Idanha-a-Nova juntou o seu conhecimento às fotografias de Hélder Ferreira para divulgar este património.

“Acontecia que as pessoas conheciam o que se fazia na sua terra, mas desconheciam como se viviam estes mistérios nas localidades vizinhas”, indica.

Entre as tradições deste tempo de preparação para a Páscoa, o especialista destaca “A Ceia dos Doze”.

“Após a Ceia, dozes homens da Misericórdia saíam pelas ruas a cantar o ‘louvadíssimo’ em passo acelerado, como se fossem apanhar Cristo para evitar que seja preso e crucificado”, descreve.

A “paixão” por estas tradições nasceu de um convite endereçado pela mãe de um dos seus alunos, quando António Catana veio dar aulas para Acafozes.

“Foi para mim um espanto. Era uma procissão corrida pelos paços que as pessoas vestiam e que estabeleciam o itinerário do cortejo” recorda.

Até hoje, o autor não parou de investigar e recolher informação sobre estas tradições populares, temendo pelo seu futuro, porque faltam jovens no Interior do país.

António Catana reconhece, no entanto, que foram os jovens que em 2020 resgataram estas tradições ao confinamento e as reinventaram, apesar da pandemia.

Foto: Valter Vinagre

A proposta chegou através do Aleluia em Casa, um grupo que congrega no Facebook modalidades de celebrar a Páscoa em segurança, sem abdicar totalmente dos costumes que marcam estes lugares.

Quatro irmãs deram corpo a uma iniciativa que, no atual contexto pandémico, é a forma como Idanha-a-Nova evoca a sua forma própria de assinalar Semana Santa e Páscoa.

HM/OC

Semana Santa: Idanha-a-Nova recorda tradições que levam «religiosidade de um povo» às ruas (c/vídeo)

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top