Saúde: Santa Sé alerta para «necessidade urgente» de reduzir diferenças entre desenvolvimento rural e urbano

Genebra, Suíça, 20 mai 2015 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde definiu o surto de Ébola como uma “tragédia social e humana” e alertou para a importância de criar “sistemas de saúde resilientes”, na Organização Mundial de Saúde.

“A minha delegação deseja salientar a necessidade urgente de reduzir o fosso entre o desenvolvimento rural e urbana na agenda pós-2015. ‘A vida humana é sagrada e sempre de qualidade'’”, disse D. Zygmunt Zimowski na 68.ª assembleia mundial desta organização das Nações Unidas, em Genebra, Suíça.

O arcebispo polaco observou que “mais da metade” da população rural no mundo não tem acesso a serviços básicos de saúde e muitos estão em “risco de empobrecimento ou na pobreza”, segundo o mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho, sobre as desigualdades em proteção de saúde rural.

“Eles são forçados a pagar do próprio bolso estes serviços. Esta é a prova de que, em 2015, ainda estamos longe da cobertura universal”, alertou.

Neste contexto, assinalou que por diversas razões “existem fortes disparidades” no acesso aos cuidados de saúde entre as áreas rurais e urbanas, normalmente com benefício os segundos.

O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde destacou que “infelizmente” a maior partes dos países subdesenvolvidos que são “atingidas por doenças infeciosas e epidemias” têm sistemas de saúde muito fracos e “necessitam de uma ação urgente”.

O chefe da delegação da Santa Sé assinalou que é preciso o “investimento” no setor da saúde ser uma “prioridade” para o “bem” da saúde pública e acrescentou que os governos nacionais e doadores internacionais têm de assumir um “compromisso a longo prazo” para apoiar “sistemas de saúde resilientes” assegurando a sua cobertura universal.

“Através do reforço da capacidade dos sistemas nacionais de saúde para prestarem serviços de saúde equitativos, de qualidade e reforçar a capacidade de responderem a epidemias e melhorar a participação da comunidade”, desenvolveu o arcebispo.

Segundo D. Zygmunt Zimowski esta necessidade é também um “desafio” para os doadores internacionais cujo financiamento será para “serviços de saúde a longo prazo” e não programa de curta duração.

O responsável pelo Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde assinalou ainda que em muitos países a Igreja Católica tem o privilégio de ser um dos principais aliados do estado na prestação de serviços de saúde de primeira necessidade para a população em áreas remotas, com mais de 110 mil instituições de saúde e assistência social em todo o mundo.

A 68.ª assembleia Organização Mundial de Saúde começou na segunda-feira e termina no dia 26.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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