Saúde mental precisa de investimento

As Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus estão a ponderar a realização de obras de ampliação e adaptação da Casa de Saúde do Bom Jesus, em Nogueiró. A comunidade bracarense, que ontem encerrou o ciclo de comemorações do 125.º aniversário da congregação, pretende, entre outros melhoramentos, criar novas unidades nas áreas da reabilitação e do apoio à família. «Neste momento, estamos ainda em fase de estudo, a elaborar um plano director. As obras de ampliação visam responder de forma mais eficaz às questões relacionadas com a reabilitação e o apoio à família », disse a irmã Lizete Curral Hospitaleiras encerraram ontem as comemorações do 125.º aniversário ao Diário do Minho, sem querer entrar em detalhes. A superiora da comunidade Hospitaleira em Braga acredita que o projecto do governo para a saúde mental «não trará respostas fiáveis», dado que as exigências são cada vez maiores. Por exemplo, «o internamento [na Casa de Saúde do Bom Jesus], que conta com 380 doentes, está cheio há cerca de três meses», explicou a religiosa, preocupada com esta área da saúde no distrito bracarense. A nível nacional, a instituição desenvolve a sua acção no âmbito da saúde mental e psiquiatria, em 12 estabelecimentos de saúde, dos quais oito se situam no continente e quatro nas regiões autónomas. A congregação conta, a nível mundial, com cerca de 1300 religiosas e as instituições que dirigem funcionam graças à acção de mais de 6000 colaboradores. Ontem, o Arcebispo Primaz salientou precisamente o empenho destas religiosas na área da saúde mental ao longo dos seus 125 anos de vida e abriu algumas perspectivas que deveriam nortear a vida da congregação fundada por São Bento Menni, Maria Josefa Récio e Maria Angústias Giménez, em 31 de Maio de 1881. D. Jorge Ortiga, que presidiu à missa de encerramento das comemorações aniversárias na casa de saúde em Braga, disse na homilia que, nesta altura, «seria bom que a congregação e os colaboradores assumissem o compromisso de investirem na “formação do coração”, tal como propõe Bento XVI na Encíclica “Deus é amor”». Para o prelado, «a nossa sociedade carece de carinho, ternura e delicadeza». «Talvez seja por estas razões que muitas pessoas tenham que passsar por esta casa [Casa de Saúde do Bom Jesus]. Por vezes, oferecemos “vinagre” e azedume a quem tem sede», disse o Arcebispo Primaz, numa alusão ao Evangelho proclamado na cerimónia. «O nosso coração pode estar duro e só a fé pode revolucionar o relacionamento que temos com os outros», concluiu.

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