«90 por cento das pessoas que precisam» estão atualmente sem acesso a este tipo de assistência
Braga, 10 out 2014 (Ecclesia) – O Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, que vai ser assinalado no sábado, convida as comunidades portuguesas a fazerem “meio minuto de silêncio” por quem mais necessita deste tipo de assistência.
Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o frei Hermínio Araújo, responsável pelo Centro de Acolhimento “O Poverello”, em Braga, sublinha que atualmente “90 por cento das pessoas que precisam não têm acesso a estes cuidados por inteiro”.
O presidente da Fundação “Domus Fraternitas” aponta ainda que em todo o país existem apenas 11 “equipas de cuidados paliativos domiciliários”, quando seriam necessárias pelo menos “10 vez mais”.
No plano dos cuidados paliativos pediátricos, aquele responsável realça que Portugal é hoje “o país da Europa Ocidental mais atrasado”.
Subordinada ao tema “Quem se preocupa em fazer chegar os cuidados paliativos a todos os que deles necessitam?”, a edição 2014 do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos “convida” todas as pessoas “a não ficarem caladas” perante a realidade atual.
Em 2013, a Associação Europeia dos Cuidados Paliativos, em conjunto com outras organizações internacionais do setor, elaborou uma carta onde apelava aos governantes de todo o mundo para assegurarem o direito e acesso a este tipo de serviços, que podem ajudar a aliviar o sofrimento de inúmeras pessoas.
A campanha deste ano da APCP – Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos está presente em vários meios de comunicação social, nas redes sociais e no youtube, e conta com a participação dos atores Susana Arrais, João Didelet, Joana Seixas e Diogo Amaral.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os cuidados paliativos “visam melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias, que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento”.
Recorrem ainda “à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, nomeadamente a dor, mas também dos psicológicos, sociais e espirituais”.
Entre os projetos que a APCP tem em andamento, destaque para a criação de um “Grupo de Espiritualidade”, que será coordenado pelo frei Hermínio Araújo.
O organismo já tinha em funcionamento grupos ligados às áreas da “Reflexão Ética, do Apoio à Pediatria e da Psicologia.
JCP