São Tomé: Bispos visitam país «pobre e esquecido»

D. Manuel António dos Santos lamenta dificuldades passadas pela Igreja e a população do arquipélago

O Bispo de São Tomé e Príncipe considera que o IX Encontro Internacional das Igrejas Lusófonas, a decorrer no arquipélago é um acontecimento “importante”, não só para a Igreja local, mas para o próprio país, “pobre e esquecido”.

Esta é uma iniciativa que se estende até dia 9 de Julho, sobre o tema “A Igreja e a luta contra a pobreza”, contando com a participação do Arcebispo D. Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

De acordo com D. Manuel dos Santos, a reunião decorre no seio de uma Igreja “pobre, como é pobre a população de São Tomé”, que vive com dificuldades junto de uma sociedade marcada pela “pobreza endémica”.

Em declarações à ECCLESIA, o prelado sublinha o esforço da Igreja Católica em corresponder “aos desafios que essa pobreza apresenta”, procurando “ser uma resposta para as dificuldades que este povo vive”.

Neste sentido, defende a importância da “troca de experiências” sobre o tema escolhido, dado que “cada país tem a sua caminhada”.

D. Manuel António dos Santos fala de uma “Igreja bastante tradicional” em São Tomé e Princípe, por força da presença portuguesa, mas ligada a um povo de “tradição africana”.

“A cultura religiosa são-tomense não deixa de ter um certo ecletismo”, admite.

A Igreja local, com apenas 12 sacerdotes, confronta-se com a dificuldade de “fazer com que o povo assuma a realidade cristã em toda a sua dimensão social, cultural, moral”.

Em particular, o Bispo português aponta as situações de “grande instabilidade familiar”, que se reflecte “em todos os aspectos sociais”.

A Plataforma de Bispos Lusófonos é um espaço de reunião e de definição de acções comuns às Igrejas Lusófonas. Integram esta plataforma os Presidentes e Vice-Presidentes de cada conferência episcopal lusófona (Angola e São Tomé, Brasil, Moçambique, Portugal) e os bispos residentes de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor-Leste.

O Encontro Internacional das Igrejas Lusófonas realiza-se de dois em dois anos, passando rotativamente por todos os países da lusofonia. Este ano, não conta com a participação de representantes de Timor-Leste e Macau.

Para D. Manuel António dos Santos, está é uma oportunidade para fortalecer a “relação com outras Igrejas”, destacando em particular a relação com Cabo Verde.

Ao longo dos próximos dias, os Bispos lusófonos presentes em São Tomé visitarão vários locais da ilha e as suas comunidades, para um “contacto com a realidade são-tomense”. 

 

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