Santo António: «Para nós não é um santo casamenteiro» – Afirma o casal Rigato, ela de Lisboa e ele de Pádua

«Santo popular» em Portugal é «mais sério» entre os italianos

Lisboa, 12 jun 2017 (Ecclesia) – Santo António, de Lisboa para os portugueses ou e de Pádua para os italianos, é um santo do mundo e “não é um santo casamenteiro” para o casal Rigato, ele, Andrea, italiano de Pádua, e ela, Joana, portuguesa de Lisboa.

Joana Rigato sublinha a particularidade de uma celebração popular na capital portuguesa, que proporciona uma “bela ocasião de comunhão entre as pessoas”, mesmo quando os santos são só um “pretexto”.

“Em Pádua é tudo mais sério, mas penso que também não seria essa a forma como Santo António gostaria de ser lembrado, imagino”, acrescenta, admitindo que a presença é “muito mais continuada” ao longo do ano na cidade italiana do que em Lisboa.

A portuguesa gostaria que todos olhassem mais para o santo como um “modelo de vida” e não apenas como um recurso para “causas perdidas”.

Andrea, por sua vez, sublinha a ideia de “modelo de vida” que se procura transmitir na Basílica de Pádua, onde está exposta a veste do franciscano português, “muito pobre”.

“Santo António encarnou mesmo a ideia de pobreza evangélica e franciscana, pregava contra a usura, por exemplo, só que estas coisas perdem-se um pouco na devoção popular”, prossegue.

Nascido no final do século XII, Fernando, que viria a assumir o nome de António, foi recebido entre os Cónegos Regulares de S. Agostinho em Lisboa e Coimbra, mas pouco depois da sua ordenação sacerdotal ingressou na Ordem dos Frades Menores franciscanos, com a intenção de se dedicar à propagação da fé entre os povos da África.

O santo português, que morreu em Pádua, Itália, no ano de 1231, foi o primeiro professor de teologia na ordem fundada por São Francisco de Assis, tendo ficado famoso pelos seus sermões.

Andrea Rigato gostaria que os católicos se possam aproximar mais desta figura tão importante, com menor atenção a aspetos que podem ser apenas “folclore” e “menos espirituais”.

“Às tantas, a devoção torna-se muito superficial, só um pedido, e não uma motivação para uma transformação interior”, complementa a sua mulher.

Para Joana Rigato, é possível constatar que o conhecimento da vida e obra de Santo António está “mais presente” na cidade onde morreu o franciscano português, onde muitas pessoas têm o nome de António.

Andrea sublinha a importância desta “mensagem original” de um santo que é doutor da Igreja, mas admite que a aproximação das massas “tem vantagens que também são importantes”.

LFS/OC/PR

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Agência ECCLESIA

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