Santarém: Comemorações dos 300 anos da catedral

Programa inclui colóquio, concertos e visitas guiadas temáticas

Santarém, 12 nov 2011 (Ecclesia) – As comemorações dos 300 anos da sé de Santarém começam hoje com um colóquio que vai ser aberto pelo bispo da diocese, D. Manuel Pelino, e pelo presidente da autarquia, Francisco Moita Flores.

O programa prossegue com a intervenção de D. Carlos Azevedo, nomeado hoje pelo Papa Bento XVI delegado do Conselho Pontifício para a Cultura, que falará sobre a “Dimensão teológica e pastoral da Catedral”.

Eva Raquel Neves, pertencente à Comissão dos Bens Culturais da Igreja da diocese de Santarém, e Marco Loja, do município escalabitano, apresentam a comunicação “De Colégio Jesuíta a Igreja Catedral – Percurso histórico”.

“Realidade e Ilusão – a dimensão arquitetónica na quadratura de Gonçalves Sena” é o tema confiado a João Cabeleira, da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, enquanto que Sandra Costa Saldanha, diretora do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, disserta sobre “João António Bellini de Pádua e a escultura barroca”.

Sílvia Ferreira, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, reflete sobre “Os altares em talha dourada – do deslumbre do olhar ao abraçar da fé”, e Maria João Pereira Coutinho, da mesma instituição, analisa “A personificação da matéria – obras barrocas de embutidos de pedraria policroma”.

José Meco, docente da Escola Superior de Artes Decorativas, descreve “Os azulejos do antigo Colégio Jesuíta de Santarém”, e Dinarte Machado explica “Os órgãos históricos de Santarém”.

“O projeto de Santarém na Rota das Catedrais”, denominação do acordo entre Igreja Estado para a reabilitação e conservação daqueles espaços, reúne João Soalheiro, da Direção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Pedro Resende Leão, da empresa “Sona”, e padre Joaquim Ganhão, da diocese de Santarém.

O colóquio termina com um concerto de órgão, a partir das 18h30, na sé, que a 8 de dezembro recebe, pelas 16h30, o concerto à padroeira da diocese, Imaculada Conceição, executado pelo Conservatório de Música de Santarém.

As iniciativas alusivas aos três séculos da conclusão do monumento nacional, baseados na inscrição “1711” visível na fachada, incluem a realização de cinco visitas guiadas, que começam a 28 de janeiro de 2012 com o tema “O antigo colégio jesuíta”.

“A azulejaria: repositório notável do barroco português” (25 de fevereiro), “As artes decorativas na catedral de Santarém” (24 de março), “Arquiteturas Imaginárias: pintura barroca na Catedral de Santarém” (28 de abril) e “Obras notáveis no antigo seminário de Santarém” (26 de maio) completam o programa.

O conjunto, do arquiteto régio Mateus do Couto (tio), “vai ao encontro das estruturas comuns dos Colégios da Companhia de Jesus”, escreve Eva Raquel Neves no número três da revista “Invenire”, do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja.

Após a expulsão dos Jesuítas a rainha D. Maria I doou o edificado ao patriarcado de Lisboa, em 1780, com vista à instalação definitiva do seu seminário, refere o artigo.

As Invasões Francesas, a Revolta Liberal e a Implantação da República atribuíram ao espaço muitas funções, de hospital a aquartelamento, coabitando ainda o Seminário com o Liceu Nacional desde 1854.

A 16 de julho de 1975 o Papa Paulo VI criou a diocese de Santarém, sendo escolhida para sua catedral a antiga igreja de Nossa Senhora da Conceição do Colégio dos Jesuítas.

RJM

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