Sacerdote que trabalhava na Administração do Património da Sé Apostólica foi acusado de fraude e corrupção
Cidade do Vaticano, 02 ago 2013 (Ecclesia) – O promotor de Justiça do Tribunal do Vaticano apresentou um pedido formal de colaboração às autoridades judiciais italianas no sentido de abrir um processo administrativo e criminal contra o monsenhor Nunzio Scarano por suspeita de fraude e corrupção.
De acordo com a Rádio Vaticano, a informação foi divulgada hoje pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
O sacerdote foi “suspenso do serviço” junto da Administração do Património da Sé Apostólica, assim que os seus superiores descobriram que ele estava a ser investigado, há cerca de três meses.
Depois da detenção do padre Scarano, em junho, o Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano determinou o “congelamento” das contas do arguido no Instituto para as Obras de Religião (IOR), o chamado “Banco do Vaticano”.
Segundo a agência italiana Ansa, a investigação que motivou a detenção está relacionada com a tentativa de introduzir 20 milhões de euros em notas, provenientes da Suíça, numa conta que monsenhor Scarano tinha no IOR.
Além do sacerdote, foram detidos um ex-membro dos serviços secretos italianos e um intermediário financeiro.
O Papa Francisco criou uma comissão de inquérito para o Banco, que tem como finalidade recolher “informações precisas sobre a situação jurídica e as várias atividades do Instituto”.
O documento (quirógrafo) assinado pelo Papa indica que “o sigilo e quaisquer outras restrições estabelecidas pelo sistema legal não inibem ou restringem o acesso da Comissão a documentos, dados e informações”.
Os cinco membros da comissão, que inclui dois cardeais e uma leiga norte-americana, têm como missão procurar “uma melhor harmonização” do IOR com a “missão universal” da Igreja Católica e da Santa Sé, no “contexto mais geral das reformas que seja oportuno realizar por parte das instituições que auxiliam a Sé Apostólica”.
RV/JCP