Santa Sé preocupada com as vagas de imigrantes nas Canárias

O secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), Arcebispo Agostino Marchetto, confessou a preocupação da Santa Sé perante o fluxo “interminável” de imigrantes africanos que chegam ao arquipélago das Canárias. Mais de 10500 imigrantes ilegais do oeste da África desembarcaram em Agosto e Setembro no arquipélago espanhol, depois de navegar centenas de quilómetros em frágeis embarcações de madeira. Este números duplicam o total de imigrantes chegados em 2005 e batem o recorde histórico registado em 2002, de 9929. Segundo o secretário do CPPMI, esta situação deve “preocupar as instituições locais e nacionais e interpelar a solicitude pastoral da Igreja”. Para a Santa Sé esta é não só uma questão socio-política, mas sobretudo “um drama humano que questiona a comunidade internacional, para que seja globalizada a solidariedade”. Admite-se que mais de 100 mil pessoas estejam prontas a embarcar rumo às Canárias, um cenário dramático que exige medidas urgentes. D. Agostino Marchetto lembra que, em situações de desespero, “as pessoas fazem de tudo para fugir, mesmo arriscando a sua própria vida”. Em entrevista à Rádio Vaticano, este responsável sublinha que a Igreja espera que “seja respeitada a dignidade de todas as pessoas”. Citando o documento Erga migrantes caritas Christi, do CPPMI, o Arcebispo Marchetto observa que “a questão das migrações levanta uma verdadeira questão ética, que é a de procurar uma ordem económica internacional para uma distribuição mais equitativa dos bens da terra”.

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