O respeito pelo ser humano, a educação e a paz foram os três princípios invocados pela Santa Sé para uma mais justa relação de colaboração entre países ricos e pobres, no que se refere ao desenvolvimento, durante a 32ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em curso na cidade de Paris. O representante da Santa Sé na UNESCO, Mons. Francesco Follo, advertiu a Assembleia sobre os possíveis desequilíbrios causados pela “mundialização” das relações de cooperação entre o norte e o sul do mundo. “Mundialização – observou – que apesar de procurar um melhoramento das condições das nações menos favorecidas, risca de tornar estas últimas mais frágeis e dependentes dos países ricos, hipotecando seu desenvolvimento”. Segundo a Santa Sé, é importante atender ao “debate sempre aberto na questão da bioética (em particular sobre temas da clonagem terapêutica); no âmbito ético, a partir da família e das relações homem-mulher; e as relações entre Estados e continentes.” Reiterando a centralidade do homem e a inalienável dignidade do seu ser biológico e espiritual, a Santa Sé pede que não seja tomada nenhuma decisão contra o homem e a humanidade. Também o valor da educação foi destacado pelo representante Vaticano, educação entendida não somente como veículo de ensino cultural e profissional, mas também “como meio que leve em consideração e valorize o aspecto espiritual e moral do indivíduo.” Diante dos conflitos que não cessam, de planos de paz que tardam a encontrar resultados concretos e de tentativas de construir sociedades mais democráticas que “conduzem às vezes ao isolamento, às vezes à morte de seus próprios promotores”, a Santa Sé aproveitou esta oportunidade para convidar de novo a comunidade internacional “ao respeito das leis internacionais e à tutela das minorias éticas, tendo como meta principal a construção da paz: sem dúvida, o maior desafio do século que se inicia”.