Observador permanente na ONU lamenta persistência de preconceitos na análise ao continente
As condições do comércio internacional devem adequar-se às necessidades e aos desafios económicos que a África enfrenta”, salientou o observador permanente da Santa Sé na ONU, D. Celestino Migliore.
O Núncio intervinha na 64ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre a necessidade de uma “Nova cooperação económica para o desenvolvimento da África”.
O representante da Santa Sé sublinhou a necessidade de um maior compromisso em favor da realização de uma nova cooperação económica e fez um apelo para que os preconceitos sejam banidos de uma vez para sempre.
“A África não é somente corrupção, golpes de Estado, conflitos regionais. A África demonstrou e demonstra também grande capacidade de gerir os processos de transição para a independência ou de reconstrução depois dos conflitos”, frisou Dom Migliore.
Este responsável ressaltou ainda o papel da África no contributo de pessoas qualificadas que trabalham nos organismos internacionais ou no âmbito científico, académico e intelectual.
“A África – salientou D. Migliore – soube oferecer à comunidade internacional exemplos e valores dignos de admiração e hoje mostra sinais da realização de muitas das suas esperanças”.
Para o Arcebispo italiano, é necessária uma maior solidariedade a fim de resolver os problemas no continente africano, acrescentando que não se deve permanecer somente no âmbito do assistencialismo, mas ajudar o continente africano a mostrar o seu potencial.
D. Migliore fez um apelo em prol do investimento na agricultura, na economia, e reiterou a necessidade de rever as condições do comércio internacional, criando oportunidades para os produtos africanos.
O observador permanente da Santa Sé na ONU chamou a atenção para a pobreza em que vivem várias pessoas na África, salientando que a maior parte dos países africanos ainda está longe de atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015, pois existem ainda muitas pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia.
D. Celestino Migliore alertou ainda para a função activa que a União Africana pode desempenhar na cooperação com os organismos internacionais, “a fim de que o G20 signifique realmente abertura a novos equilíbrios internacionais; para que seja um forte ponto de referência para a economia mundial, mas sem criar novas exclusões para os países mais pobres”.
(Com Rádio Vaticano)