Santa Sé manifesta proximidade aos cristãos no Iraque

Celebração recorda as vítimas do atentado contra catedral, em Bagdad

A Santa Sé quer manifestar aos cristãos do Iraque a sua “proximidade” e “fraternidade espiritual”, perante a onda de violência que os tem atingido nos últimos tempos.

A certeza é deixada pelo cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, que esta Quinta-feira preside a uma Missa em sufrágio pelas vítimas do atentado de 31 de Outubro, contra a catedral siro-católica de Bagdad, que provocou a morte de mais de 50 pessoas, muitas delas mulheres e crianças.

Em declarações à Rádio Vaticano, o cardeal Sandri diz querer enviar “uma mensagem a todos, para que os cristãos no Iraque sejam defendidos e se proteja o seu direito à liberdade religiosa”.

“A situação no Iraque continua a ser dramática”, assinala.

O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais pede a ajuda de “todos os homens de boa vontade, também a nível internacional” para que todos levantem a voz em defesa dos cristãos iraquianos.

A comunidade caldeia reza na mesma língua que Jesus falava, o aramaico, e sobrevive há 2 mil anos sem nunca ter tido um rei ou um império cristão no território. Viviam no país antes de Maomé e falam a língua local, mas a recente hostilidade de grupos muçulmanos armados desencadeada com a invasão norte-americana, em 2003, já reduziu o número de cristãos para cerca de metade.

Estes cristãos representam umas das mais antigas comunidades do Oriente, remontando ao século II. Acredita-se que o Apóstolo Tomé, antes de seguir o seu caminho até à Índia, terá deixado na região dois discípulos, Mar Addai e Mar Mari.

Da sua pregação nasceu uma Igreja que, nos primeiros séculos do cristianismo, demonstrou uma enorme vitalidade e se espalhou nas regiões que hoje são a Síria, o Irão e o Iraque. As raízes cristãs são testemunhadas por mosteiros e conventos nos séculos V e VI.

A chamada Igreja Assíria do Oriente, obteve a autonomia no concílio de Markbata, em 492, com a possibilidade de eleger um Patriarca com o título de “Católico”. Em 1830 o Papa Pio VIII nomeou o “Patriarca da Babilónia dos Caldeus” como chefe de todos os católicos caldeus. A sede deste Patriarcado era Mossul, no norte do Iraque, e seria transferida para Bagdade em 1950, após a II Guerra Mundial.

O rito Caldeu é um dos 5 principais ritos do cristianismo oriental e desenvolveu-se entre os séculos IV e VII, antes da conquista árabe.

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