Santa Sé lança alerta contra as minas terrestres

A Santa Sé exigiu que todos os Estados adiram à Convenção internacional contra as minas terrestres, que classificou de “armas vis, assassinas e inúteis”. O arcebispo Silvano Maria Tomasi, observador permanente junto das Nações Unidas, em Genebra, expôs a posição católica na primeira reunião do Comité permanente de especialistas da Convenção sobre a Proibição das Minas Anti-pessoais, celebrada de 9 a 12 de Fevereiro. O Tratado de Ottawa para a eliminação das minas terrestres entrou em vigor há cinco anos. Desde então 141 Estados assinaram o acordo e comprometeram-se a não estas armas, proibir sua produção, armazenamento e venda a outros países; 45 outros países ainda têm minas enterradas no seu território. “A Santa Sé dá uma importância capital à Convenção de Ottawa, à sua aplicação como meio de prevenção e à sua exigência de uma assistência às vítimas destas armas”, afirmou o arcebispo Tomasi. Em 2003, entre 15.000 e 20.000 pessoas morreram ou ficaram mutiladas após pisar uma mina terrestre, segundo a Cruz Vermelha Internacional. 23% das vítimas eram menores de idade e uma grande maioria mulheres e pequenos camponeses. “Quando faltou o conhecimento, a capacidade ou a vontade para tomar decisões políticas ou medidas práticas para prevenir a produção e a disseminação de minas anti-pessoais, as autoridades nacionais e a comunidade internacional não têm o direito de não reconhecer a sua responsabilidade pelas trágicas consequências causadas pelas minas”, apontou o Representante da santa Sé. Nesse sentido, o arcebispo Tomasi exigiu que as vítimas das minas “não se convertam em vítimas do esquecimento e da discriminação, ou em vítimas de uma assistência condescendente”. “As vítimas das minas anti-pessoais são testemunhas inocentes de uma visão errada da segurança. Um grande número de países compreendeu que as minas anti-pessoais são inúteis, dando a ilusão de uma segurança artificial”, criticou.

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