Santa Sé e Israel retomam negociações

A Santa Sé e o Estado de Israel irão retomar as negociações para a conclusão do acordo jurídico-financeiro nos próximos dias 15 e 16. A última ronda negocial estava prevista para 15 de Dezembro, mas a demissão de um ministro israelita acabou por adiar o encontro. Na semana passada, o presidente da Conferência Episcopal dos EUA (USCCB), D. William Stephen Skylstad, enviou uma carta à Secretária de Estado norte-americana, Condoleeza Rice, na qual exigia que o governo de Gerorge W. Bush “pressionasse o Estado de Israel a cumprir os acordos assinados com a Santa Sé”. Na carta, D. William Skylstad afirmava que a USCCB está “profundamente consternada” com a ausência de progressos nas relações entre Israel e Santa Sé. A Santa Sé e o Estado de Israel ainda não concluíram as negociações tendo em vista a assinatura do acordo financeiro entre os dois Estados. As negociações acontecem mais de 10 anos depois do “Acordo Fundamental”, assinado pelas duas partes a 15 de Junho de 1994, que inclui temas tão delicados como os vistos de residência de eclesiásticos e a custódia dos bens da Igreja em Israel. O atraso nas negociações sobre a parte financeira do acordo de 1994 tem sido uma fonte de tensões entre o Vaticano e Israel. O que está em questão, com este acordo, é a continuidade e o desenvolvimento das comunidades cristãs na Terra Santa, mormente a isenção fiscal para as congregações e instituições religiosas. Outro ponto de tensões tem sido a negação de renovação dos vistos aos religiosos católicos, por parte das autoridades israelitas. A Igreja na Terra Santa corre o risco de não ter pessoal suficiente para manter em funcionamento santuários, paróquias, hospitais, escolas. Para o embaixador de Israel junto da Santa Sé, Oded Ben Hur, a reunião de 15 e 16 de Fevereiro terá como principais assuntos a questão dos impostos sobre as propriedades e o acesso da Igreja aos tribunais. A lei actual, que remonta a 1920 – quando a Palestina estava sob domínio britânico -, estipula que os tribunais se devem abster de julgar questões religiosas, o que impede a Igreja Católica de recorrer aos mesmos para fazer valer os seus direitos de propriedade.

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