Santa Sé condena «abusos litúrgicos»

A Santa Sé está empenhada no combate ao que considera serem “abusos litúrgicos”, tendo João Paulo II assinado um documento oficial para os contrariar. O Cardeal Francis Arinze, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, abordou o tema durante a apresentação da obra “Spiritus et Sponsa”, onde se procura reiterar a “validade da reforma litúrgica” surgida do Concílio Vaticano II. O livro recolhe as actas da jornada comemorativa do 40º aniversário da Constituição sobre a Sagrada Liturgia “Sacrosanctum Concilium”, celebrada em Roma a4 de Dezembro de 2003. “A nossa congregação pretende promover um exame de consciência e assumir iniciativas para fazer frente aos abusos que foram introduzidos, em oposição aos desejos e directivas do Concílio e do magistério, nestes 40 anos”, disse o cardeal nigeriano. Entre os abusos que a Santa Sé pretende evitar encontram-se o excesso de protagonismo dos leigos durante as celebrações, a partilha da comunhão com não-católicos, a substituição das leituras bíblicas na Missa por outros textos, a exposição do Santíssimo em condições inadequadas ou a introdução de elementos não-cristãos na Liturgia Católica, entre outros. A Santa Sé não apresentará nenhum ordenamento original, mas limita-se a compilar as normas publicadas nas Instruções Gerais para o Missal Romano, embora se admita que haja fortes recomendações para colocar um travão no que se consideram ser casos de “negligência litúrgica”, como os acima citados. A publicação do novo documento esteve envolta em polémica quando, em Outubro passado, foi apresentado na revista italiana “Jesus” o esboço de um documento sobre normas litúrgicas com 37 “proibições”, entre as quais se incluíam o desaparecimento das “acólitas”, das palmas e das danças durante as celebrações.

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