Presidente da federação nacional sublinha trabalho de ajuda aos noivos a assumir projeto sério de vida
Fátima, 06 mar 2018 (Ecclesia) – A Federação Portuguesa dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM) quer reforçar o seu trabalho junto dos noivos católicos, para “mostrar a felicidade de viver em casal”.
“A metodologia é pô-los a namorar sobre as coisas, refletir com orientação mínima, deixar que cresçam e caminhem a preparar bem o projeto de vida que estão a abraça”, disse Joaquim Valente, presidente dos CPM, em declarações à Agência ECCLESIA, em Fátima.
O responsável explica que “é frequente ouvir” as pessoas dizer que querem amar para toda a vida, “acreditam que é importante”.
“Podem viver há 10, 15 anos, têm filhos, mas agora resolveram casar pela Igreja, celebrar o sacramento do Matrimónio. Que o façam de forma a melhorar a sua relação e ter uma vida intima de entrega, de amor e doação, com respeito pelo outro e na família, para que possamos ter melhor sociedade”, desenvolveu Joaquim Valente.
Desde o ano 2000 há menos casamentos religiosos mas “mais sérios”, consideram os responsáveis dos CPM, que todos os anos têm quatro mil casais em formação e cerca de 1200 formadores.
O tema geral ‘Amar e semear – Caminhada em Matrimónio’ reuniu a Federação Portuguesa dos Centros de Preparação para o Matrimónio em reflexão, partilha e oração, nos dias 3 e 4 de março, em Fátima.
‘Comunicar em Casal/Comunicar com os noivos’ foi o mote da conferência apresentada por Adelino Cunh, que disse à Agência ECCLESIA que “há muitas razões” para a falta de comunicação, por exemplo numa refeição, com cada um concentrado em si ou no smartphone/tablet.
“Muitas vezes vemos pessoas deligadas, sem luz, apagadas, pode ter a ver com a preocupação que tem cada um. Hoje em muitos casais os dois trabalham e estão assoberbados, os seus emails, o que têm de tratar, podem estar chateados, ter de estar ali por uma questão social”, desenvolve.
O consultor e formador especializado em programação neurolinguística, relacionado com treino metal, refere que é preciso conhecer os sistemas de comunicação da outra pessoa, que pode ser “visual, auditivo e sinestésico, do sentir” para se saber “qual é a forma que o cérebro tem de processar informação” e se é preciso “mudar o paradigma”.
Segundo o consultor é importante haver “liderança pelo exemplo”, para que as famílias não se tornem “hotéis com wifi – pai de um lado, mãe no telemóvel, filho na playstation e a filha na internet” – e encontram-se, periodicamente, para as refeições porque “têm uma cozinha comum”.
“Uma família tem de estar junta, fazer atividades juntas, é como uma equipa que é um conjunto de pessoas com objetivo comum”, explicou.
O encontro/peregrinação dos CPM contou também com uma conferência de D. Francisco Senra Coelho, vogal da comissão, que presidiu à Eucaristia do encontro e falou sobre a missão evangelizadora das famílias cristãs.
Já o padre Sérgio Leal, da Diocese do Porto, disse à Agência ECCLESIA que a exortação ‘Amoris Laetitia’ “situa-se na novidade do mundo”.
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