S. Bernardo e Alcobaça

“Quando Bernardo entrou em Cister, arrastando consigo mais de 30 homens, seria difícil imaginar que, à sua morte, em 1153, houvesse mais de 300 mosteiros em toda a Europa, seguindo a Regra Cisterciense” – escreveu o Pe. Fernando Cima, pároco de Alcobaça e um dos autores do livro “S. Bernardo e Alcobaça”. Esta obra com, cerca de 200 páginas, dá a conhecer a vida de S. Bernardo a “quem reis e príncipes, bispos e até o próprio Papa obedeciam” – refere o pároco de Alcobaça. “A vida de S. Bernardo”; “Primeiro Livro”; “Segundo Livro”; “Terceiro Livro”, “Quinto Livro” e “O Mosteiro de Alcobaça, os Monges e a Ordem de Cister” são o bloco central do livro. Segundo o Pe. Fernando Cima, a obra não é feita “com as nossas palavras, mas com as palavras dos seus biógrafos, contemporâneos da vida profundamente cristã e mística, e não menos social e política de S. Bernardo, ao celebrarmos os 850 anos da fundação de Alcobaça – 8 de Abril de 1153 – e os mesmos anos da partida para o céu, levada a sua alma por Santa Maria e os Anjos – 20 de Agosto de 1153. A publicação teve a orientação de D. Geraldo Coelho Dias, OSB, revela que entre os anos 1121 e 1152 S. Bernardo escreveu 10 tratados. Quando morreu, S. Bernardo deixava à Ordem de Cister 70 abadias fundadas por ele mesmo, e 174 filiadas ao seu mosteiro de Claraval. Os Cistercienses chegaram a Portugal no ano de 1140. À luz da crítica documental “deve-se considerar apócrifa a correspondência entre D. Afonso Henriques e S. Bernardo, bem como a lenda do beato Pedro de Al-cobaça” – refere a obra. A casa “mais importante” criada em Portugal “foi o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça”. Em 1153, D. Afonso Henriques doou um “enorme território, situado entre Óbidos, Leiria, Santarém e o mar a Bernardo Claraval e à sua abadia”. Apesar de envolta em muitas lendas, a fundação do referido mosteiro data de 8 de Abril de 1153. A actividade cultural dos monges brancos de Alcobaça é em importância semelhante à desenvolvida no domínio agrícola. Desde os finais do século XII que dispunham “de um importante scriptorium onde terão copiado e iluminado muitos manuscritos e terão, certamente, trazido e importado muitos códices de carácter espiritual e teológico” (página 216). “S. Bernardo e Alcobaça” faz também referência que os seguidores de S. Bernardo tinham um grande interesse pelos estudos universitários “e fizeram parte do grupo de religiosos que pediram ao Papa a criação, em território português, da primeira universidade”. Uma obra de cariz histórico que contém informações relevantes sobre o nascimento de Portugal.

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