Secretário de Estado do Vaticano convida a «cessar as armas, os bombardeios, as destruições»
Cidade do Vaticano, 14 out 2022 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano afirmou que é com gestos que “criem condições para o diálogo e abram caminho para as negociações” que se pode alcançar a paz na guerra na Ucrânia, parar a destruição “é um primeiro passo”.
“Quase nos acostumamos às notícias sobre a guerra: Não só considero a trégua plausível, mas a julgo necessária e urgente. Esperemos e rezemos para que o apelo de Francisco seja ouvido”, disse o cardeal Pietro Parolin, à revista ‘Família Cristã’.
O cardeal Secretário de Estado do Vaticano assinalou que não tem “condições de dizer qual paz seja possível, mas “cessar as armas, os bombardeios, as destruições, é um primeiro passo necessário”.
Para o responsável este passo deve ser acompanhado e favorecido por “gestos não de ameaça, mas de confiança e boa vontade”, que criem condições para o diálogo e abram caminho para as negociações, lembrando que o Papa Francisco “tem sido claro a este respeito”.
Segundo o cardeal Secretário de Estado do Vaticano, “as portas permanecem abertas” para um possível encontro entre o Papa e o patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo, “e o diálogo não está interrompido”, apesar dos “mal-entendidos”.
“Por parte da Santa Sé, o desejo nunca faltou, percebemos que também por parte da Igreja Ortodoxa existe este desejo”, desenvolveu, numa intervenção citada pelo portal de notícias do Vaticano.
O cardeal Pietro Parolin realçou ainda que o Papa Francisco convida a não esquecer outros conflitos, como “a tragédia da Síria, do Iêmen, do Tigray [África], a escalada das tensões no Extremo Oriente”.
“Mesmo que alguns conflitos sejam menos divulgados, não há guerras menos dolorosa que outras, não há vidas que tenha menor valor”, alertou.
Na ONU (Organizações das Nações Unidas), também o observador permanente da Santa Sé reafirmou a posição do Papa Francisco e da Santa Sé sobre o conflito na Ucrânia, esta quarta-feira, em duas de quatro intervenções realizadas em circunstâncias diferentes.
D. Gabriele Caccia, divulga o portal ‘Vatican News’, explicou que “no coração” do Papa e da Santa Sé está o redescobrir uma serenidade mundial que a guerra na Ucrânia, “com a sombra do dedo no detonador do conflito atómico, parece ter acabado”, fomentando cenários apocalípticos em vez de pressionar para desarmá-los antes que seja tarde demais.
O arcebispo italiano repetiu o convite de Francisco aos presidentes da Rússia e da Ucrânia, na oração do Ângelus de 2 de outubro, para silenciarem as armas e procurarem “condições para iniciar negociações capazes de levar a soluções que não sejam impostas pela força, mas sim acordadas, justas e estáveis”.
“Há sinais de esperança para o desarmamento; As despesas militares mundiais ultrapassaram os dois trilhões de dólares pela primeira vez, poderiam promover o desenvolvimento humano integral e salvar incontáveis vidas. Sem abordar esta proliferação desenfreada”, desenvolveu o observador permanente da Santa Sé na ONU, observando que “alcançar as Metas de Desenvolvimento Sustentável (ODS) permanecerá indefinida”.
Noutras duas comissões da Assembleia Geral, D. Gabriele Caccia referiu-se à erradicação da pobreza e do desenvolvimento da agricultura, da segurança alimentar e da nutrição, e sobre os ‘Direitos dos Povos Indígenas’.
CB/OC