Rio+20: Bispos brasileiros reivindicam «modelo alternativo» à lógica economicista que domina a sociedade

Arranque da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável marcado pela ausência de Barack Obama e Angela Merkel

Brasília, 20 jun 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica do Brasil espera que a conferência internacional das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável (Rio+20), que começa hoje naquele país, contribua para inverter a lógica economicista que domina atualmente a sociedade.

Numa mensagem publicada através do site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os responsáveis eclesiais daquela nação lusófona reivindicam “um modelo alternativo, integral e solidário, baseado numa ética que inclua a responsabilidade  por uma verdadeira ecologia natural e humana”.

A hierarquia católica brasileira defende ainda a aplicação de soluções baseadas “no evangelho da justiça, da solidariedade e do destino universal dos bens”, que superem uma tendência “utilitarista e individualista que não submete os poderes económicos e tecnológicos a critérios éticos”.

O texto lançado pela CNBB reforça um desafio que já tinha sido deixado durante a “V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e caribenho”, que teve lugar em 2007.

Para os bispos brasileiros, “a construção de uma sociedade justa” e “a preservação do meio ambiente” fazem parte de um “compromisso” que “deve ser assumido por todos” e “de modo especial” pelos “cristãos”.

A conferência Rio+20 deverá contar com a presença de 130 chefe de Estado e de Governo e tem como principal objetivo reforçar o empenho dos líderes nacionais rumo ao desenvolvimento sustentável de todos os países e à preservação dos recursos naturais do planeta.

No entanto, a denominada “Cimeira da Terra” está para já marcada pela ausência de alguns dos principais responsáveis políticos com assento na ONU, como Barack Obama, dos Estados Unidos da América, e Angela Merkel, da Alemanha.

Por outro lado, segundo a edição online do Jornal de Negócios, o documento-base que irá orientar os trabalhos, até à próxima sexta-feira, é pouco consensual e está a ser encarado pelos participantes como “o acordo possível”.

No centro da polémica está sobretudo o facto do documento deixar de fora matérias como a criação de uma agência para o Ambiente e o lançamento de um fundo de apoio ao desenvolvimento sustentável, que teria um valor na ordem dos 30 mil milhões de dólares.

JCP

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