Rezar com a Arte Sacra

“Despertar as pessoas para o valor existente e a melhor maneira de o conservar” foi o objectivo do encontro de reflexão sobre «O valor e a conservação dos bens artísticos das nossas igrejas e capelas». A localidade de Oliveira do Hospital (diocese de Coimbra) foi o local escolhido para esta acção, realizada dia 5 de Maio, que contou com cerca de 150 pessoas. “Despertar a atenção de todos os crentes para a beleza das obras de arte sacra e o caminho a percorrer até Deus” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. António Borges de Carvalho, arcipreste de Oliveira do Hospital. Aquele valor incalculável foi “herdado dos nossos antepassados” mas, muitas vezes, “não os mantemos como deve ser e ficam sujeitos aos roubos” – lamenta. Algumas regiões pastorais da diocese de Coimbra têm sido fustigadas com assaltos. “É lamentável que isso aconteça” – frisou. Para além da vertente teórica, os formadores – acompanhados por D. Albino Cleto – mostraram também slides educativos sobre arquitectura, pintura, escultura, paramentaria e mobiliário. “Percorremos várias valências do património das igrejas” – afirmou o arcipreste. E acrescenta: “as pessoas gostaram e ficaram mais despertas”. Ao olhar para o património sacro do arciprestado do Oliveira do Hospital, o Pe. António de Carvalho realça os templos antigos. “Temos aqui a Igreja de Lourosa, do ano 901, de estilo moçarabe”. Em Oliveira do hospital existe uma capela do século XIII que está integrada na Igreja. Dos séculos posteriores existem “muitos templos”. Estes dados históricos foram objecto de reflexão e “admiração das pessoas”. Estas, muitas vezes, “não sabem a riqueza patrimonial existente e desleixam-se sobre estas obras de arte” – admitiu o arcipreste. As acções formativas são uma forma prática das pessoas “zelarem pelo seu património e de o defenderem”. A novidade brilha com os apelos da sociedade de consumo. As pessoas esquecem-se “que a peça que não brilha tanto tem mais valor”. Descuidos fatais que levam aos furtos. “Nos últimos meses fomos visitados pelos amigos do alheio” – afirmou o Pe. António Borges. E adianta: “os estragos situaram-se mais nos arrombamentos”. A evangelização moderna passa pela explicação destas obras de arte. “Desde sempre, elas constituíram uma razão de ser em ordem à evangelização”. Os vitrais das catedrais eram um “autêntico catecismo”. A visibilidade é mais enriquecedora do que o falar. “Os nossos antepassados legaram-nos este amor e transmitiram-nos esta tradição riquíssima”. E conclui: “As obras de arte sacra inspiram à piedade e levam-nos à oração”.

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