Representante de Kofi Annan preocupada com a situação em Cabinda

A situação dos direitos humanos na província angolana de Cabinda é “complicada e preocupante”. A opinião é de Hina Jilani, representante especial do Secretário Geral das Nações Unidas para os direitos humanos, expressa entre as conclusões preliminares da sua missão terminada ontem em Angola. Jilani visitou a província durante esta semana e prometeu uma recomendação especial sobre este ponto à próxima assembleia da Comissão dos direitos humanos da sua instituição, de que não revelou o conteúdo. « A representantes de Kofi Annan recusou comentar, em conferência de imprensa, as declarações do Bispo da Diocese de Cabinda, expressando cepticismo sobre a eficiência do envolvimento da ONU contra as violações dos direitos humanos no enclave. Afirmou, todavia, ser “urgente e importante” as agências das Nações Unidades instalarem-se naquela província petrolífera, alvo de conflito opondo, até hoje, as forças do Governo angolano e independentistas locais. D. Paulino Madeca, acolheu com cepticismo a iniciativa da ONU sobre os direitos humanos. O prelado manifestou-se decepcionado no final da audiência que concedeu a Hina Jilani. Questionado sobre a resposta da sua interlocutora ao pedido de transmitir ao presidente angolano a necessidade de paz no enclave, o prelado revelou que “não me respondeu nada. Sou céptico. Não sei, não sei. Dizem que sabem o que se passa aqui, mas não vêm possibilidade nenhuma para acabar com o que há aqui de mal”. D. Paulino realçou ter pedido “encarecidamente” à representante de Kofi Annan para que interceda junto do Presidente José Eduardo dos Santos neste sentido. “Dissemos o que nós temos feito a respeito dos direitos humanos aqui na diocese, aquilo que nós estamos a sofrer por esta ousadia. Fomos chamados de terroristas, de bandidos publicamente na Radio Nacional. Depois, dissemos o que estamos a fazer para evitarmos que haja o pior”, indicou, ainda o Bispo.

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