Representante da Santa Sé manifesta-se contra a discriminação dos seropositivos

Organizações católicas alargam rede de apoio O Arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé para as instituições especializadas das Nações Unidas, em Genebra, lançou um apelo em favor da integração dos doentes de Sida, defendendo que “os infectados com o HIV/Sida são pessoas como todas as outras”. Falando durante uma reunião das organizações católicas comprometidas na luta contra a Sida, o prelado ressaltou “a urgência de procurar uma resposta mais eficiente à pandemia, para intensificar a colaboração entre as várias organizações e especialistas”. “Nas várias convenções e resoluções dos últimos 60 anos, tem-se reiterado que a sociedade deve fazer o seu melhor para oferecer um forte sistema de saúde aos seus cidadãos, e um sistema de saúde sem discriminação”, acentuou. O Arcebispo destacou as consequências sociais que a pandemia acarreta para as famílias e países, ameaçando toda uma geração. Nessa perspectiva, D. Tomasi sublinhou a acção da Igreja, através dos seus organismos, congregações e dioceses, em todo o mundo. “A Igreja está a dar uma resposta clara. A vasta rede criada para responder à pandemia colocou a pessoa humana e o bem comum da sociedade no centro da sua acção”, concluiu. Rede alargada A reunião das organizações católicas envolvidas na luta contra a Sida concluiu-se com um apelo a uma maior colaboração no cuidado e tratamento dos doentes. Estima-se que 25% das instituições de saúde dirigidas a pessoas infectadas pelo vírus sejam dirigidas por estruturas ligadas à Igreja Católica, por todo o mundo. No encontro estiveram presentes representantes da hierarquia católica, da Cáritas, de organizações católicas e de agências internacionais, entre as quais a UNAIDS e a Organização Mundial da Saúde. De acordo com Duncan MacLaren, secretário-geral da Caritas Internationalis, esta iniciativa serviu para “atenuar os preconceitos que existem em relação à posição da Igreja Católica sobre a Sida”, promovendo o intercâmbio entre o sistema da ONU e o da Igreja Católica. “A Igreja tem um papel importante na promoção de uma resposta à pandemia focada na educação”, sustentou. Apesar do seu envolvimento no terreno, as organizações ligadas à Igreja recebem menos de 2% da ajuda reservada pelo Fundo Global para o combate à Sida, tuberculose e malária.

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