Relação «correcta» mas de pouco entendimento entre Igreja e Estado espanhol

Uma relação correcta é a definição que D. Ricardo Blásquez Pérez, Presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) atribui ao relacionamento entre a Igreja Católica e o Estado Espanhol. “Há que distinguir diversos campos”, acrescenta à Agência ECCLESIA à margem da reunião magna do Conselho das Conferências Episcopais da Europa – CCEE, que decorre em Fátima até ao próximo Domingo. Sobre as leis aprovadas pelo parlamento espanhol em 2005 ,acerca do matrimónio, em que o Estado reconheceu o casamento e a relação entre pessoas do mesmo sexo, a CEE entre outros grupos – a Real Academia da Língua, por exemplo – pronunciaram-se contra. “Temos a impressão que neste ponto não fomos ouvidos”, exclama o Bispo de Bilbau. Acerca da possível discrepância nas leis sociais, onde o Estado atribuiu subsídios apelando ao aumento da natalidade e a equiparação no matrimónio entre pessoas do mesmo sexo, D. Ricardo Pérez afirma serem questões distintas. O Bispo de Bilbau reitera que “nos parece demais que o governo tenha reconhecido como matrimónio a união de duas pessoas do mesmo sexo”, acrescentando que “a união entre uma mulher e um homem tem o propósito de complementação mútua e transmissão de vida. Passar essa barreira sempre nos pareceu indevido”. Os incentivos à natalidade são apoiados pelo Presidente da CEE, sublinhando que a ajuda económica às famílias deveria ser “até mais generosa”. Mas sobre esta questão a CEE não foi consultada. D. Ricardo Pérez aponta um carácter satisfatório sobre a relação económica entre o Estado e a CEE. “Mas não sobre outras”, sublinha. A presença da ETA é assinalada com “dor e preocupação”. Quando a grupo separatista declarou o cessar fogo, a 5 de Junho, “foi visto por nós com cautela, pois já conhecemos a sua forma de actuar, mas foi simultaneamente um motivo de esperança”. Com os recentes desenvolvimentos, o Bispo de Bilbau reafirma convictamente que a ETA deve “desaparecer o quanto antes, sem nenhuma contrapartida”. Sobre o encontro que decorre em Fátima, a sua visão vai no sentido de ultrapassar o sinal que poderá transmitir para a Europa. “Reunimos com a consciência de que precisamos ouvir-nos mutuamente para perceber a situação da Igreja e da sociedade em cada país”. O Presidente da CEE acredita que o reforço da conciência dará uma grande contributo para a construção de uma casa comum “que interessa a todos”.

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