O Monsenhor Luciano Guerra pede justiça nos tribunais, aplicação de penas e indemnizações para as crianças vítimas de abusos dos adultos. O Reitor do Santuário de Fátima lembra, no editorial do mensário «Voz de Fátima», recorda que os meios de comunicação social “dedicam muitas páginas à prostituição infantil, ao tráfico internacional de crianças, a casamentos forçados por leis antigas e obsoletas”, mas que isto não faz diminuir “o turismo sexual infantil nos países pobres, sobretudo da África e da Ásia, nalguns casos com permissão dos próprios pais”, nem os casos de “crianças que morrem em fogos que elas mesmas acendem, fechadas sozinhas em quartos exíguos, abandonadas à sua própria inconsciência”. O Reitor do Santuário de Fátima faz eco dos vários processos em tribunais de diferentes nações contra abusadores de inocentes e relembra casos, “nos países anglo-saxónicos, onde os bispos são obrigados a revolver velhos arquivos para pôr à luz do sol os casos detectados nas últimas décadas”. Afirma o Monsenhor Luciano Guerra que a Igreja acabou por assumir uma negligência que pode ter séculos., mas “que não é só dela, é de toda a humanidade”. O «caso da menina de Torres Novas», “a telenovela da pequena inglesa”, indica em menção a Madeleine Mccann, ou o “revoltante processo da Casa Pia, há quatro anos em tribunal, já com mil audiências e dezenas ou centenas de milhares de páginas, que nenhum juiz consegue ler”. Casos relembrados pelo Reitor do Santuário de Fátima que afirma revelarem uma realidade “crónica” que “só não se resolve em duas ou três audiências, como noutros casos, porque «a verdade da mentira» é tanto mais difícil de provar quanto mais ricos são os que a praticam”. Relembra Monsenhor Guerra que 80% dos casos de violação acontecem na família. “Horrorizam-nos os casos de sequestro e violação como o de Viena, porque vêm à luz do dia”, desconhecendo o que “se passa no silêncio das famílias”. Pede o Reitor do Santuário de Fátima, relembrando que “os Pastorinhos de Fátima também sofreram ofensas dos adultos, ao darem testemunho da verdade das aparições”, que todos se apercebam de “como é longo o caminho a percorrer”. “Que os tribunais funcionem. Que apliquem penas. Que exijam indemnizações. Mas que não nos iludamos. Continuarão abertas as chagas no coração das crianças, enquanto elas e nós não percebermos o drama ou a tragédia dos abusadores”.