«A vida é sagrada, sempre», refere editorial publicado a respeito do caso
Cidade do Vaticano, 05 ago 2022 (Ecclesia) – O portal de notícias do Vaticano publicou um editorial ao respeito do caso de Archie Battersbee, no Reino Unido, questionando a opção de desligar o suporte de vida da criança, de 12 anos.
“Nos cuidados intensivos, a vida é o som intermitente de um monitor ou bomba que leva ar aos pulmões. A vida é sagrada, sempre. No entanto, alguns têm de morrer porque leis, sentenças, outras pessoas decidiram que esse deve ser o caso”, pode ler-se.
O texto, intitulado ‘Archie Battersbee não é uma folha seca’ aborda a situação do menor, em coma desde abril.
O Vaticano cita os argumentos dos médicos do London Royal Hospital, segundos os quais a criança se encontra em morte cerebral, um quadro “irreversível”.
Já os pais de Archie sustentam que “médicos de outros países, incluindo a Itália, estão dispostos a tentar salvar a vida” da criança.
“Tratar não significa apenas curar, mas tomar conta: daqueles que sofrem, daqueles que são fracos, daqueles que são frágeis. Isso custa muito mais, em termos económicos e de investimento, do que desligar as máquinas que mantêm uma pessoa viva, mas é o espelho de uma sociedade que se reconhece como criatura e, portanto, protege e ajuda”, assinala o texto divulgado pelo Vaticano.
Em Portugal, a presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) considera que “não há mais nada a fazer” no caso.
“A fazer fé nos relatórios médicos, Archie está efetivamente morto, a partir do critério de morte cerebral. Não há mais nada a fazer e o único caminho é desligar o sistema de suporte vital”, refere Maria do Céu Patrão Neves, em declarações à Renascença.
A criança sofreu graves danos cerebrais depois de ser encontrado pela mãe inconsciente e com uma ligadura na cabeça, a 7 de abril, possivelmente depois de ter participado num desafio da rede social Tik Tok.
OC