Presidente do Conselho Pontifício para os Migrantes rejeita que pessoas sejam tratadas como «mercadoria»
Cidade do Vaticano, 04 abr 2016 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes (Santa Sé) questionou o acordo para os refugiados entre a União Europeia e a Turquia, que entra hoje em vigor.
O acordo prevê que todos os migrantes irregulares oriundos da Turquia e que entrem nas ilhas gregas sejam devolvidos a este país.
O cardeal Antonio Maria Vegliò lamenta que os refugiados sejam tratados como “mercadoria”, pedindo uma abordagem “muito humana” a estas situações.
“É preciso ser muito claro e distinguir entre migrantes e refugiados: em relação a estes, há um acordo internacional assinado pelos países mais desenvolvidos, os quais se comprometem a dar-lhes a possibilidade de viver fora dos territórios de que tiveram de fugir”, refere o responsável da Santa Sé, em declarações à Rádio Vaticano.
O presidente do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes mostra “sérias dúvidas” sobre a bondade do acordo, questionando em particular os “ganhos económicos” para a Turquia e a falta de “garantias” para os refugiados.
A este respeito, acrescenta, surgem ainda preocupações em relação à possibilidade de reagrupamento familiar.
“Este acordo suscita muitas incertezas. Os pobres refugiados não são mercadorias, são pessoas”, conclui o cardeal italiano.
OC