Igreja/Sociedade: Papa Francisco esteve com crianças e a marioneta «Amal», que representa menores refugiados, no Vaticano

«A integração é um processo bidirecional, o objetivo deve ser sempre alcançar o desenvolvimento humano integral dos recém-chegados como dos anfitriões» – cardeal Michael Czerny, secção ‘Migrantes e Refugiados’ (Santa Sé)

Foto Vatican Media

Cidade do Vaticano, 10 set 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco encontrou hoje crianças que participaram na Marcha para o Acolhimento ‘Apri’, organizada pelo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, onde também estava a marioneta Amal, que representa uma pequena refugiada, no Vaticano.

O Papa Francisco dirigiu uma breve e afetuosa saudação às crianças, onde também se encontravam menores refugiados, que receberam a sua bênção e a quem pediu que rezassem por ele, quando estavam a brincar no Pátio São Dâmaso, informa o portal ‘Vatican News’.

“As crianças perto do Papa são refugiadas que estão no nosso projeto. Foi um momento maravilhoso e foi uma surpresa, porque ninguém sabia que no final desse momento ia haver um encontro com o Papa Francisco, uma saudação. Foi lindo. As nossas crianças no final choraram”, disse a administradora do projeto ‘Chaire Gynai’, em Roma, Eléia Scariot (Scalabriniana).

Antes deste encontro com Francisco, as crianças participaram no Festival ‘The Walk’, um projeto de consciencialização para a realidade dos refugiados, com a marionete Amal, que representa uma pequena refugiada e narra simbolicamente o sofrimento de muitos menores migrantes, na Praça São Pedro.

Esta iniciativa foi acolhida pela Diocese de Roma, respondendo ao repto dos organizadores do festival, com o apoio da secção ‘Migrantes e Refugiados’, do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé).

“A integração é um processo bidirecional, com reconhecimento recíproco de direitos e deveres, que também é um caminho complexo, às vezes acidentado, mas cujo objetivo deve ser sempre alcançar o desenvolvimento humano integral tanto dos recém-chegados como dos anfitriões, especialmente os mais vulneráveis”, disse o subsecretário da secção ‘Migrantes e Refugiados’.

Na intervenção enviada à Agência ECCLESIA, o cardeal Michael Czerny afirmou que a cultura do encontro, como diz o Papa Francisco, “é um prenúncio de desafios – nem sempre fáceis” – que permitem às comunidades “crescerem conscientemente como uma família humana, na casa comum”.

Foto Vatican Media

A marionete Amal, com três metros e meio, está numa viagem simbólica à procura da sua mãe pela Europa, com destino a Manchester, na Inglaterra, e partiu de Gaziantep, na fronteira entre a Turquia e a Síria, no dia 27 de julho.

“Cara Amal, você pode descansar na sua tenda, é claro, mas logo estará de volta ao seu caminho. Cada um de nós, irmãos e irmãs, está a caminho, a Igreja está a caminho e sua renovação passa pela mudança de cada um de nós, mostrando que ela está viva e bem”, assinalou o subsecretário da secção ‘Migrantes e Refugiados’.

Na Praça de São Pedro existe uma escultura em forma de barco que retrata os migrantes de todos os tempos, com o objetivo de lembrar o “desafio evangélico do acolhimento”, e que o Papa abençoou a 29 de setembro de 2019.

“Aquele acolhimento que abre a porta para encontros extraordinários. Com efeito, pode-se ver que no meio dos muitos migrantes destacam-se duas asas, são as asas de um Anjo”, assinalou o cardeal Michael Czerny.

Neste contexto, questionou sobre “quantos anjos estão escondidos atrás dos rostos de tantos migrantes e refugiados”, afirmando que a “única tarefa é acolhe-los e protege-los como primeiros passos indispensáveis para sua promoção humana integral”, ou seja, um futuro como todos querem.

“Cara Amal, obrigado por ter vindo: Você é um anjo para os que a conhecem. Assumimos a sua história, acompanhamos a sua jornada e esperamos que você e todos nós encontremos o que procuramos”, concluiu o cardeal Michael Czerny, subsecretário da secção ‘Migrantes e Refugiados’.

CB

 

Foto D.R
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