Refugiados: «O grande desafio que Portugal enfrenta é trabalhar a integração» – Tito Campos e Matos

Vice-presidente do Conselho Português para os Refugiados sublinha aumento dos pedidos espontâneos

Foto: CPR

Lisboa, 18 jun 2023 (Ecclesia) – O vice-presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR) afirmou que o país precisa de desenvolver o trabalho de “integração” destas populações.

“Eu acho que neste momento o grande desafio que Portugal enfrenta é trabalhar a integração dos refugiados e a verdadeira inclusão”, assinala Tito Campos e Matos, convidado da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, publicada e emitida aos domingos.

Numa conversa a respeito do próximo Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), o responsável considera que é necessário estruturar “o desenvolvimento do processo de integração”.

“Para profissões que requerem um nível de secundário ou intermédio, como por exemplo a agricultura, na indústria é preciso um conhecimento de um português mais técnico”, exemplifica.

Se as pessoas não desenvolverem o português e não reconhecerem as suas competências escolares e profissionais, nunca passam daqueles empregos com baixa qualificação de baixos salários e precários no fundo”.

O vice-presidente do CPR admite “preocupações”, na área da saúde mental e do acompanhamento dos refugiados, num momento em que se o número tem aumentado, em Portugal e a nível global.

“No ano passado já tivemos 2136 pedidos” e nestes pedidos espontâneos há mais de 73 nacionalidades.

Tito Campos e Matos admite que, em geral, as pessoas” não têm muito a perceção de que em África, na América Latina, em muitos outros países do mundo, há conflitos e conflitos que geram refugiados

há fenómenos efetivamente que não são do conhecimento público”.

“Falta mais solidariedade e, sobretudo, mais partilha de responsabilidades”, aponta.

Na proteção internacional, as pessoas não têm escolha, porque correm risco de vida ou porque estão a ser perseguidas, individualmente ou coletivamente”.

Questionado sobre a extinção do SEF, o entrevistado admite que têm existido “alguns desafios”, nomeadamente a nível financeiro.

“Temos trabalhado em conjunto para resolver estes problemas e para assegurar que o direito ao asilo durante este processo continua a ser garantido”, refere.

O vice-presidente da CPR saúda a intenção do Papa Francisco se encontrar com estudantes refugiados, na sua próxima viagem a Portugal, falando num “momento de esperança”.

“(Francisco) talvez seja das pessoas que mais alerta para a questão dos refugiados no mundo e para os seus problemas”, acrescenta.

Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

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Agência ECCLESIA

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