Instituições enviaram carta ao primeiro-ministro português
Lisboa, 13 dez 2017 (Ecclesia) – O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), a Amnistia Internacional e a Cáritas escreveram ao primeiro-ministro português, António Costa, para pedir-lhe que apoie o “fim da política de confinamento” de requerentes de asilo nas ilhas gregas.
“Enquanto representante de Portugal no Conselho Europeu, o primeiro-ministro deve apoiar o fim da política de confinamento que mantém milhares de requerentes de asilo presos nas ilhas gregas, assim como quaisquer medidas da União que visem ajudar o governo grego a cumprir as suas obrigações de proteção e acolhimento digno e seguro destas pessoas e o acesso adequado às suas necessidades básicas”, referem as instituições, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
O JRS-Portugal, a AI-Portugal e a Cáritas Portuguesa recordam que ilhares de pessoas, incluindo crianças, mulheres sozinhas ou grávidas e pessoas com deficiência, “estão encurraladas e enfrentam condições deploráveis que violam os seus direitos e são prejudiciais ao seu bem-estar, saúde e dignidade”.
“Desde a implementação do Acordo União Europeia-Turquia, em março de 2016, as ilhas de Lesbos, Chios, Samos, Kos e Leros, tornaram-se locais de confinamento”, assinala a nota.
Segundo as signatárias das instituições da missiva, enviada a António Costa esta segunda-feira, neste momento encontram-se cerca de 15 mil pessoas nestas ilhas gregas, 12 mil das quais alojadas em estruturas com capacidade máxima para o acolhimento de 5 mil pessoas.
“Com a aproximação do Inverno, o terceiro desde que as chegadas em larga escala à Europa começaram, é evidente que as autoridades gregas não conseguem dar resposta às necessidades básicas e proteger os direitos dos requerentes de asilo, enquanto estes permanecem nas ilhas”, acrescenta a nota de imprensa.
A carta enviada ao primeiro-ministro português surge na sequência de uma campanha lançada por 12 organizações humanitárias europeias congéneres que apelaram ao fim desta política de confinamento e à transferência imediata dos requerentes de asilo para o continente, em cartas enviadas ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e aos embaixadores dos Estados-Membros da UE, na Grécia.
OC