Refugiados: Cáritas Portuguesa pede resposta global para travar «chacina»

Presidente da organização católica considera insuficientes as medidas «securitárias»

Lisboa, 04 set 2015 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Portuguesa anunciou que a instituição está a preparar recursos para apoiar os migrantes e refugiados que chegarem ao país, na sequência da fuga de milhares de pessoas a situações de conflito e pobreza.

Eugénio Fonseca alerta para a situação dos que estão a ser “chacinados pela loucura dos seus governantes e pela indiferença de uma boa parte da humanidade”.

“A Europa tem uma missão crucial a desempenhar na resposta a este drama que não pode passar apenas pelo apelo ao controlo de fronteiras terrestres, marítimas ou aéreas. Adiantam pouco medidas securitárias, pois o ‘estômago’ e o medo são mais fortes que qualquer outra estratégia”, refere, na sua mensagem para o Dia Internacional da Caridade, criado pela ONU em 2013 e que se celebra anualmente a 5 de setembro (data da morte de Madre Teresa de Calcutá.

Segundo o responsável da organização católica, a data tem de ser assinalada com o “olhar e coração indignados para a chacina que o mundo está a permitir”, tornando-se “cúmplice da morte de tantas vidas que mais não querem do que refugiar-se do medo da morte, de torturas várias, de falta de condições mínimas de subsistência”.

“Neste dia, e sempre, deveria ressoar na consciência dos indiferentes, dos ‘estrategas políticos’, dos escravizados pelas regras financeiras, dos mais poderosos deste mundo, a pergunta de Deus a Caim: ‘Que fizeste? Ouve! Da terra, o sangue do teu irmão clama a mim’”, refere a mensagem, enviada à Agência ECCLESIA, citando o livro do Génesis, o primeiro da Bíblia.

A Cáritas Portuguesa acredita que a resposta “não pode estar só pendente de um continente”, pelo que defende que se dê mais força às Nações Unidas, a fim de que “possa haver uma intervenção adequada nos países de origem e uma solidariedade mais abrangente de todos os outros”.

“Para já é necessário acautelar as condições de sobrevivência aos que estão a procurar refúgio, criando condições dignas de acolhimento”, acrescenta Eugénio Fonseca.

Segundo o presidente da organização, a Cáritas, em Portugal, “não regateará esforços no seu contributo para esta imperativa missão”.

Nesse sentido, está a estudar os recursos “humanos, logísticos e financeiros próprios” que poderá afetar para “minorar este indigno e revoltante flagelo”.

Uma parte da campanha de Natal ‘10 Milhões de Estrelas – um gesto pela paz’ 2015 vai ser canalizada para esta causa.

OC

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