Reflectir sobre a missão da Universidade Católica no mundo

Cardeal Patriarca de Lisboa confirma abertura de Escola de Ciências da Religião, em Macau Começou ontem em Lisboa a Conferência Internacional da Federação Internacional das Universidades Católicas sobre “A Universidade Católica: desafios de ontem e de hoje. Construir o futuro”. Um encontro que se vai estender até ao próximo Sábado, dia 17, e ocorre no contexto celebrativo dos 40 anos da UCP em Portugal Braga da Cruz reconhece ser este um encontro de reflexão onde se pretende olhar para a missão futura da universidade, enfrentando os desafios que se traduzem na redefinição da identidade no contexto cultural actual. Na sessão de abertura, o reitor da UCP salientou perspectivas emergentes no mundo universitário, nomeadamente a globalização que levou à internacionalização, onde a “mobilidade é a palavra chave”. O facto haver uma Federação Internacional, coloca a UCP como maior rede inter universitária de todo o mundo, com uma característica particular, “uma cultura institucional”, salienta Braga da Cruz, que indica ser vantajosa, sendo a maior delas “a liberdade de ensino”. A fé e a identidade católica são a diferença “que temos de saber traduzir em vantagem”, indicou. A actuação da UCP não se restringe ao plano nacional, mas encontra desafios internacionais. Braga da Cruz defendeu que as Universidades Católicas só poderão responder aos desafios futuros se tiverem condições de “competição real e paritária” com as outras universidades, sabendo que em muitos países do mundo, esta situação não acontece. “Os nosso estudantes são discriminados por nos preferirem”, indica e são “penalizados por serem obrigados a pagar os estudos duplamente”. O Reitor da UCP frisou que a opção deve ser “livre e equitativa”, independentemente das origens sociais. Anthony Cernera, Presidente da FIUC, sublinhou as altas expectativas que põe neste encontro, porque indica “a vitalidade das nossas universidades é notável”. A visão, a missão e os valores são terreno comum entre as universidades. Uma realidade que confere à a capacidade para ser um instrumento da Igreja “privilegiado para intervir e estar presente no processo no diálogo inter cultural”, apontou D. José Policarpo. A Universidade Católica tem-se afirmado como um “lugar de encontro e de diálogo do saber e entre pessoas de diferentes horizontes. O diálogo intercultural é um dos aspectos de maior importância no mundo contemporâneo, marcado por uma aceleração da mutação cultural”, indicou, estando a missão da universidade em “contínua análise”. As funções da UCP estendem-se ao mundo, ajudando a criar delegações em Angola e Moçambique, criou em Macau, na Republica Popular da China, um Instituto Inter universitário. “Este instituto é hoje a jóia da coroa”, admitiu o Cardeal Patriarca de Lisboa. Foi autorizada, pelo governo chinês do território, uma Escola de Ciências da Religião. Esta escola poderá “atrair candidatos de toda a região para uma formação crista aprofundada, para candidatos ao sacerdócio, mesmo vindos da Igreja Católica na China, quer lhe chamem patriótica ou perseguida”, aponta D. José Policarpo. Para o Cardeal Zenon Grocholewski, Prefeito da Congregação para a Educação Católica, presente no encontro, a Universidade Católica encontra hoje, face à globalização, o papel fundamental de defender certos valores e direitos. A globalização oferece a oportunidade para estudar e possibilita troca de estudantes mas “cria também perigos, nomeadamente o colonialismo científico de universidade que são muito ricas e que dominam universidade mais pobres”, indicou o Cardeal polaco. A globalização comporta uma mentalidade particular sobre os valores técnicos e sobre a riqueza, esquecendo valores fundamentais da convivência humana que a Universidade Católica defende. Neste sentido, “a Universidade é um válido interlocutor para que não haja no mundo apenas uma mentalidade dominante”, aponta o Cardeal. A Congregação para a Educação Católica enaltece o papel das universidades. O Cardeal Grocholewski indica que em Taiwan, onde os católicos são poucos – correspondem a 1,3 % da população – existem três universidades católicas. “Só a de Taipei, nos últimos anos, apresenta um aumento de mil estudantes por ano. O ministro da educação, que não é cristão, assinalou a sua admiração pelos ideais ministrados na nossa instituição”. O ano passado, a FIUC reuniu-se em Bangkok, na Tailândia, onde os católicos representam 0, 5 % da população. “Isto demonstra como o mundo deseja pensamento cristão e deve ser esta a preocupação da Universidade Católica hoje”, finaliza o Prefeito da Congregação para a Educação Católica.

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Agência ECCLESIA

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