RC Congo: Missionário português destaca temática da paz nas intervenções do Papa

Padre Marcelo Oliveira relata que «às 04h00 havia gente por todo o lado» para participar na Missa presidida por Francisco

Kinshasa, 01 fev 2023 (Ecclesia) – O padre Marcelo Oliveira, administrador principal da província dos Combonianos na República Democrática do Congo (RDC), disse hoje à Agência ECCLESIA que o Papa tem tido intervenções em defesa deste país africano e pela paz.

“Uma celebração vivida na tranquilidade, na serenidade, com muita solenidade, e o Papa de novo com palavras de paz”, comentou o missionário comboniano.

O sacerdote português recordou que o tema da visita do Papa, iniciada esta terça-feira, é ‘Todos reconciliados em Jesus Cristo’.

Na homilia da Missa a que presidiu esta manhã, no aeroporto de Kinshasa-Ndolo, perante mais de um milhão de pessoas, Francisco falou de “três nascentes de paz: Perdão, comunidade, missão”.

Segundo o administrador principal da província dos Combonianos na República Democrática do Congo, o perdão “que começa nas famílias, nas tribos, que leva a viver na harmonia”, este perdão gera a comunidade, “que é o povo de Deus, a comunidade unida a Jesus Cristo”, a comunidade que é um todo, e unidos em comunhão podem gerar missão.

“Não são apenas os consagrados, os sacerdotes, chamados a fazer missão, mas todos somos enviados, chamados a partir, a ir ao encontro do outro, a gerar e a transmitir a paz”, destacou o religioso.

Foto: ACN

O padre Marcelo Oliveira partilha que, “às 04h00 havia gente por todo o lado” para participar na celebração, a primeira presidida por um Papa, no país, desde 1985.

A Eucaristia, segundo o rito zairense, teve como intenções a paz e a justiça, contando com orações em francês, lingala, tshiluba, swahili e kikongo.

A 40ª viagem do pontificado é a quinta viagem de Francisco a África, onde está a cumprir a promessa de visitar a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul, até 5 de fevereiro.

“As ruas que ligam o aeroporto até à capital estavam cheias de gente que manifestavam a sua alegria ao ver passar o Papa que se dirigia ao palácio da nação para encontrar as autoridades, a sociedade civil, e o corpo diplomático”, recordou o padre Marcelo Oliveira.

Para o missionário português, o que “é belo no discurso” é que o Papa se apresentou “como peregrino da reconciliação e da paz”, baseou-se “nos diamantes, riqueza da República Democrática do Congo”, e falou do “diamante como uma riqueza não somente material mas acima de tudo espiritual”, criticando o “colonialismo económico”.

“Riqueza que poderia levar este país para a frente, que o poderia transformar, desenvolver, mas está tudo nas mãos dos grandes deste mundo, que continuam a roubar, a levar, com interesse, com falta de sensibilidade à realidade humana”, desenvolveu, comentando a intervenção de Francisco no ‘Palácio da Nação’.

O administrador principal da província dos Combonianos na RDC salientou que “os diamantes que são as pessoas, os diamantes que são a força humana, real, das pessoas que vivem neste país”.

Francisco é o segundo Papa a visitar a RDC – São João Paulo II esteve no antigo Zaire, em 1980 e 1985 -, país com 105 milhões de habitantes, onde os católicos representam 49,6% da população, segundo dados do Vaticano.

CB/OC

 

RD Congo: Francisco critica «hipocrisia» da comunidade internacional e denuncia «insaciável ganância» que afeta milhões de pessoas (c/fotos)

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